O objetivo desse estudo foi avaliar a frequência e fatores associados ao consumo de bebidas alcoólicas em homens soropositivos para o HIV. Estudo transversal realizado com voluntários do sexo masculino diagnosticados com HIV pelo Serviço de Atendimento Especializado do município de Ouro Preto-MG, Brasil. Informações sociodemográficas (idade, sexo, cor, estado civil, escolaridade, ocupação, renda, número de pessoas em casa), hábitos de vida (uso de cigarro ou drogas ilícitas e prática de atividade física) e fatores clínicos (terapia antirretroviral, linfócitos T-CD4+, carga viral e infecções oportunistas) foram investigados. Análises estatísticas foram realizadas pelo software Stata® versão 13.0. Ao total, 46 homens vivendo com HIV participaram deste estudo. A frequência do consumo de bebidas alcoólicas foi de 73,8%. Dentre os voluntários bebedores, 88,2% possuíam menos de 39 anos (p=0,039), 50,0% declararam ser pretos, pardos ou indígenas (p=0,004), 50,0% possuíam oito ou mais anos de estudos (p=0,039) e 47,8% eram tabagistas. Diante o elevado percentual de homens vivendo com HIV que fizeram uso de bebidas alcoólicas concluímos que esse consumo é maior dentre os indivíduos com idade inferior a 39 anos e que relataram estudar mais que 8 anos. Frente a estes dados e aos efeitos deletérios do álcool na interação com a TARV sugere-se incrementar propostas e orientações para prevenção do consumo de álcool em homens soropositivos para o HIV, com o objetivo de atender à complexidade do cuidado e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.