Este artigo tem como objetivo discutir questões referentes à Educação Infantil, especialmente a criação da necessidade de expressão da criança por meio da escrita e as especificidades desse processo. Nosso diálogo com leitor(a) ampara-se em pesquisa bibliográfica, motivada a partir das seguintes questões: a aprendizagem da escrita restringe-se a aspectos técnicos? A aprendizagem desses aspectos efetiva a constituição de leitores e produtores de textos? Alicerçadas em pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, compreendemos a escrita como instrumento cultural complexo (VYGOTSKI, 1995; LURIA, 1989), usado pela humanidade para comunicar e expressar pensamentos, aprendizagens e ideias. Nessa perspectiva, o ensino da escrita, nas Escolas de Educação Infantil (EEI), supera práticas alicerçadas em aspectos técnicos, expressadas na apresentação e reprodução de letras e da formação de palavras, que, por não contemplarem a essência do processo, podem limitar e comprometer o desenvolvimento pleno da criança. A fim de que a escola possa contribuir para as aprendizagens e o desenvolvimento infantil em relação à linguagem escrita, é fundamental considerar que toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. No que concerne à linguagem escrita, o desenho pictográfico e o jogo de papéis sociais são atividades que antecedem a aquisição da escrita, por impulsionarem o surgimento da representação simbólica na criança. Os estudos de Vygotski (1995) e Luria (1989) revelam o valor de a escola conhecer a pré-história da linguagem escrita como fundamento para contemplar, em suas propostas pedagógicas, as especificidades desse processo e, a partir disso, possibilitar às crianças a vivência de situações nas quais utilize a escrita como instrumento cultural, em sua função social.
ResumoEsse artigo retrata percursos e estudos, advindos de pesquisa já concluída, sobre relações constituintes do processo de apropriação-objetivação do mundo da cultura humana pela criança na Escola da Infância, sob o olhar do Enfoque Histórico--Cultural. O estudo configurou-se em consonância com um olhar teórico que entende as relações como propulsoras do processo de humanização e a criança como capaz de aprender desde muito pequena. Inicialmente, há aprofundamento de questões teóricas referentes às regularidades de formação humana entre os três e os seis anos de idade, com base nas proposições do Enfoque Histórico-Cultural. Posteriormente,
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