Abordamos, neste artigo, pressupostos teórico-metodológicos que orientaram a realização de oficinas de artesanato com mulheres em situação de prisão por meio da extensão universitária. Problematizamos o aprisionamento, analisando a subjugação histórica das mulheres a qual passou, também, pelos trabalhos manuais. Partindo de pesquisas acadêmicas realizadas nos últimos anos, incorporamos elementos das pedagogias que são (re)inventadas por mulheres, no momento em que se reúnem para aprender e ensinar trabalhos manuais. Apresentamos subsídios para (re)pensar a produção artesanal como prática criativa e reflexiva, questionando a lógica patriarcal que essas atividades tendem a assumir.
We learn from the study and research groups in which we are engaged and research. One of the lessons learned during our professional paths has been to integrate feminist studies, participant research and autobiographical research. In this article, we present our understanding about the integration of these three aspects, which produce our “making think” research in Education through the concept of “interpenetration”, which is a manual weaving technique. It reveals threads that come together, but do not get mixed up, forming designs. As such, this technique is used as a metaphor to reflect on our methodological option. Based on these analyses, this concept represents the search for a fruitful “making think” concerning women who are excluded from formal educational processes, but who educate themselves in life, in the daily resistance to gender, class and race subjugation and, equally, in the work environment.
This article discusses aspects of a dialogue with artisan women during the production of their handicrafts. Our dialogical proposition builds on participant research studies conducted in Brazil since the 1960’s, to which feminist studies are added and mixed here. The article integrates two groups of female artisans who produced pieces, and simultaneously talked about their craft production processes and their daily experiences. We analyse the broad spectrum of accounts that emerges at the meetings, and the power of self-perception arising from the places of collective speech and listening. We conclude that the alternatives found for systematising the recorded findings provoked new reflections and the recognition, in scale, of other directions and derivations of research practice with poorly educated adult women.
Resumo: Aprendemos junto aos grupos de estudos e pesquisa nos quais estamos inseridas e pesquisamos. Uma das aprendizagens realizadas, durante nossos percursos profissionais, tem sido articular os estudos feministas, a pesquisa participante e a pesquisa autobiográfica. Neste artigo, apresentamos nossa compreensão sobre a integração desses três aspectos, os quais produzem nosso “fazer pensar” pesquisa em Educação por meio do conceito de “interpenetração”, que é uma técnica da tecelagem manual. Revela fios que se juntam, mas não se confundem, formando desenhos. Sendo assim, essa técnica é utilizada como metáfora para pensar em nossa opção metodológica. Partindo dessas análises, tal conceito representa a busca de um “fazer pensar” fecundo com as mulheres excluídas dos processos formais de Educação, mas que se educam na vida, nas resistências diárias à subjugação de gênero, classe e raça e, igualmente, no mundo do trabalho.
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