Resumo objetivo. Implementar um programa hospitalar de profilaxia de TEV através da criação de uma comissão, da realização de palestras e da distribuição de algoritmos baseados na Diretriz Brasileira para Profilaxia de TEV em Pacientes Clínicos e avaliar seu impacto na adequação da utilização de profilaxia em quatro hospitais de Salvador, Bahia. métodos. Foram realizados dois estudos de corte-transversal, um antes e um depois da implementação do programa, e comparadas as proporções de pacientes em risco de TEV e as mudanças na adequação da profilaxia. Resultados. Foram avaliados 219 pacientes clínicos antes e 292 depois do programa. As taxas daqueles com pelo menos um fator de risco para TEV e daqueles com contra indicação (CI) para heparina foram semelhantes nos dois grupos: 95% vs. 98% (p=0,13) e 42% vs. 34% (p=0,08), respectivamente. Nos dois estudos, 75% vs. 82% (p=0,06) eram candidates para profilaxia, e 44% vs. 55% (p =0,02) eram candidatos sem qualquer CI para heparina. Após o programa, utilizou-se mais profilaxia mecânica, 0,9% vs. 4,5% (p=0,03) e menos profilaxia farmacológica, 55,3% vs. 47,9% (p=0,04), embora tenha havido um aumento significativo na utilização das doses corretas das heparinas, 53% vs. 75% (p<0,001). Conclusão. A profilaxia de TEV é subutilizada nos hospitais brasileiros. Aulas de educação continuada e distribuição passiva de algoritmos de profilaxia de TEV são insuficientes para melhorar a utilização, mas melhoram a adequação da profilaxia.
Artigo Original introduçãoEstudos controlados e randomizados em pacientes hospitalizados têm destacado que o risco de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes com condições clínicas diversas é comparável ao de pacientes cirúrgicos e que os eventos tromboembó-licos podem ser efetivamente evitados com o uso de profilaxia. [1][2][3][4][5][6][7] Estudos do tipo registro e enquetes em corte-transversal mostram que ainda existe extrema variabilidade na avaliação do risco e na utilização de profilaxia do TEV no Brasil e no mundo. 8,9 Além disto, a prescrição de profilaxia frequentemente não segue as orientações dos consensos nacionais e internacionais.