INTRODUÇÃO: A dessaturação da oxihemoglobina induzida pelo exercício em pacientes pós-COVID-19 parece estar associada à redução da difusão e dos volumes pulmonares, à maior dispneia e baixa capacidade funcional, sendo relacionada à maior mortalidade e pior prognóstico. A reabilitação cardiopulmonar e metabólica (RCPM) é relevante, pois visa restaurar a funcionalidade, tolerância ao esforço e a qualidade de vida (QV). OBJETIVO: Verificar os efeitos da RCPM em pacientes que apresentaram dessaturação da oxihemoglobina induzida pelo exercício após alta hospitalar pela COVID-19 e ainda observar a diferença entre os treinamentos contínuo de moderada intensidade (TCMI) e o intervalado de alta intensidade (TIAI) na tolerância ao esforço, nos sintomas e na QV. MÉTODOS: Trata-se do relato de uma série de 4 casos que foram hospitalizados por COVID-19 e que após alta hospitalar apresentaram dessaturação da oxihemoglobina induzida pelo esforço durante o teste do degrau de 6 minutos (TD6). Os pacientes foram avaliados por meio de espirometria de repouso, mensuração da força da musculatura inspiratória, TD6, teste da caminhada de 6 minutos (TC6), teste de repetições máximas do quadríceps e bíceps braquial e responderam ao questionário SF-36 de QV. Submetidos a um protocolo de treinamento contendo treino da musculatura inspiratória e treino resistido para grandes grupos musculares, adicionalmente, 2 pacientes fizeram TCMI (com 60-80% da frequência cárdica de reserva (FCR)) e 2 TIAI (com 40% da FCR na fase off, durante 4 minutos e 80 a 100%, na fase on, durante 2 minutos) em esteira por 30 minutos e, por fim, após 3 meses foram reavaliados. RESULTADOS: Observou-se aumento da tolerância ao esforço, da força muscular inspiratória e periférica, além da melhora da QV e redução dos sintomas em todos os pacientes após a RCPM, porém houve incrementos maiores nos pacientes submetidos ao TIAI comparados ao TCMI na distância percorrida em metros (caso 1- 156 (23% de incremento); caso 3 - 168 (40%)) versus (caso 2 e 4 - 60 metros, com incrementos de 9% e 14%, respectivamente) e maior número de degraus (caso 1- 28 (23% de aumento); caso 3- 37 (34%)) versus (caso 2 – 2 (2% incremento); caso 4 - 15 (21%)). CONCLUSÃO: A RCPM apresentou efeitos positivos, com incremento da capacidade funcional e melhora da QV, além da redução dos sintomas durante o esforço, particularmente nos pacientes submetidos ao TIAI.
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