Trata-se de uma pesquisa sobre recriações e vivências culturais de negros que se associavam em irmandades religiosas no século XVIII mineiro. Partindo de elementos culturais apropriados da sociedade escravista, bem como de lugares e tempos negociados com os representantes da ordem social, somados a valores herdados das terras de origem no continente africano, estes indivíduos construíram um mundo próprio nos labirintos da escravidão, no qual deram um outro sentido às suas vidas além daquele que nas Minas Gerais para eles já estava predeterminado (ser escravo). Tal sentido estava relacionado em suas festas devocionais e eram vivenciadas em um contexto de uma sociabilidade tensa e solidária.
This article emphasizes the black cultural experiences inside the religious brotherhoods in Minas Gerais during the XVIII century. These people built their own world linking cultural elements of the Brazilian slavery society to the African values and beliefs. Thefore, they gave a different meaning to their lives besides that to which they were condemnend (to be a slave). This meaning was related to their devotional feasts lived in a context of tense and fraternal sociability
Resumo: Quando os portugueses colonizaram a América, eles trouxeram consigo suas devoções. Uma das formas de venerá-las foi a construção de um artefato, móvel de proporções variadas, destinado à vivencia devocional cotidiana conhecido como oratório. O objetivo deste artigo é observar os traços que definem, e os elementos que constituem, a sua forma, para compreender como ele expressa a cultura estética (isto é, os valores compartilhados que configuram as experiências sensoriais em relação ao que se convencionou a chamar de arte após o Romantismo) que predominaram na sociedade mineira colonial. Para isso, serão utilizados oratórios conservados no Museu do Oratório, localizado na cidade de Ouro Preto (antiga vila colonial, tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 1980), os quais serão classificados, iconograficamente, de acordo com os critérios descritivos propostos por Erwin Panofsky.
2008 DedicatóriaAos que cuidaram, como minha bisavó Luiza Vieira (parteira) e minha avó Nilza Vieira de Souza (benzedeira), aos que cuidam e aos que cuidarão da saúde alheia. AgradecimentosSou muito grato a todos que contribuíram para a elaboração desta pesquisa. Em especial à minha família pelo suporte afetivo. A todos os meus ex-professores que proporcionaram uma formação suficiente para que eu pudesse trilhar a minha carreira acadêmica, particularmente, aos meus dois principais mestres da graduação realizada na ResumoAté a Ilustração, em decorrência da grande influência da religião no imaginário popular, das enormes limitações do saber médico e da ausência de serviço público de saúde, o êxito do processo de cura dos enfermos era predominantemente concebido antes de tudo como uma graça de Deus, concedida aos que fossem dignos de merecê-la. Por essa razão, a maior parte da população ficava entregue à sua própria sorte quando se via ameaçada pelas doenças.A partir de então, com o impulso dado à ciência, que já vinha sendo estimulada desde a Renascença, a elite médica começou a reformular as bases da medicina. Em meio a isso, foi mostrando a possibilidade de os problemas de saúde serem combatidos, inclusive preventivamente, por meio da combinação entre as técnicas de tal campo de conhecimento e ações governamentais. Assim, ela mobilizou-se para, por um lado, aprimorar os seus recursos contra as enfermidades com novas descobertas, por outro, elaborar propostas destinadas à melhora das condições da saúde pública, uma vez que essa melhora estava sendo cada vez mais compreendida como um pré-requisito do avanço da civilização e como uma necessidade humanitária.No Brasil, a elite médica que aqui atuou no século XIX, em sintonia com a reformulação do seu saber que estava ocorrendo na Europa e com alguns ideais da Ilustração, sobretudo o de progresso, empenhou-se para apresentar meios que pudessem superar a péssima situação sanitária do país. Dessa forma, seguindo a tendência de seus pares europeus, ela buscou promover a institucionalização da medicina, criando instituições de pesquisa e divulgação de conhecimento, para defender seus interesses corporativos e combater as causas que muito comprometiam a saúde dos indivíduos em geral, inclusive dos escravos. Entre elas, dedicou especial atenção àquelas que poderiam ser superadas com a mudança de costumes, tanto em relação ao corpo das cidades, quanto aos corpos dos seus habitantes.Com esse objetivo, os médicos que integravam a elite do seu campo de conhecimento no Brasil defenderam a intervenção governamental na vida social para impor novos hábitos condizentes com os preceitos da higiene à população, bem como a necessidade de a saúde ser transformada em objeto de interesse público, de acordo com o que estava ocorrendo naEuropa desde a Ilustração, o que, com efeito, aos poucos foi aproximando o seu saber ao poder do Estado. Desse modo, eles acabaram, por meio dessa aproximação e do seu esforço 4 destinado a promover uma reforma dos costumes prejudiciais à saúde, sendo conv...
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