RESUMO:Este trabalho propõe-se a discutir a relação entre ações de proteção da natureza e ambientes urbanos, com um olhar atento para as influências do fenômeno da urbanização extensiva na dinâmica de territórios permeados por áreas protegidas. Postula-se que esse interrelacionamento não remete apenas à origem do movimento em prol da criação de espaços de conservação da natureza, mas interfere inclusive em sua constituição, principalmente em países como o Brasil, onde muitas dessas áreas foram implantadas nas proximidades de centros urbanos. Diante das novas configurações socioespaciais e organizacionais presenciadas nas metrópoles nas últimas décadas, chamamos a atenção para o fenômeno da urbanização extensiva, termo cunhado por Monte-Mór para interpretar o movimento de extensão das condições e modos de vida urbanos para além dos limites das metrópoles. O caráter unificador desse movimento e as pressões exercidas na fronteira têm sido responsáveis por ressignificar a relação rural e urbano, em sentido amplo, com desdobramentos diretos na dinâmica territorial de áreas protegidas localizadas na zona de abrangência de centros metropolitanos. Como resultado, percebe-se uma complexificação dos sentidos e significados atribuídos às áreas protegidas e o nascimento de inúmeros desafios aos propósitos de conservação da biodiversidade e promoção de desenvolvimento territorial. Palavras-chave: Áreas Protegidas. Urbanização Extensiva. Ordenamento Territorial.ABSTRACT: This paper proposes to discuss the relationship between actions of nature protection and urban environments, with attention to the influences of the phenomenon of extensive urbanization in the dynamics of territories permeated by protected areas. It is postulated that this interrelationship not only refers to the origin of the movement to create spaces for nature conservation, but also interferes in its constitution, especially in countries like Brazil, where many of these areas were implanted near urban centers. Faced with the new socio-spatial and organizational configurations observed in the metropolis in recent decades, we call attention to the phenomenon of extensive urbanization, a term proposed by Monte-Mór to interpret the movement of extension conditions and urban ways of life beyond the limits of the metropolis. The
A interpretação das áreas protegidas sob o viés conceitual do ordenamento territorial sugere reconhecer, de imediato, a tentativa do Estado de instituir certa visão/ordem de proteção ambiental. Ao mesmo tempo, os debates teóricos mais recentes sobre ordenamento sugerem também contemplar a multiplicidade de forças que se conjugam, de formas distintas, nos territórios protegidos e os desafios que aí se apresentam à consolidação de processos de ordenamento mais democráticos e alinhados às demandas locais. Inspirados nestas ideias, o presente artigo tem por objetivo compreender o processo de criação do Parque Nacional da Serra do Cipó, MG. Esse esforço de investigação, de caráter fundamentalmente qualitativo, foi orientado por três recursos de pesquisa principais: levantamento bibliográfico, observação participante e entrevistas.
A relevância dos parques para experiências associadas ao turismo, lazer, recreação, prática esportiva e contemplação paisagística vem aumentando significativamente nas últimas décadas, no Brasil e no mundo. Um dos atuais desafios que se apresentam nesse sentido se refere, justamente, ao estabelecimento de procedimentos metodológicos capazes de mensurar os impactos gerados pelo turismo no contexto territorial dos parques, com vistas a revelar os reais efeitos econômicos, ambientais e socioculturais dessa relação. Diante desse desafio, o presente trabalho teve por objetivo reconhecer o “estado da arte” das pesquisas voltadas à apreensão e mensuração dos impactos e pressões gerados pelo turismo na dinâmica territorial de parques brasileiros. Por meio do levantamento bibliográfico em artigos, dissertações e teses nacionais, buscou-se apreender os métodos de investigação adotados, bem como os impactos priorizados em pesquisas que versam sobre a relação entre turismo e parques. Os resultados indicam que são ainda incipientes as pesquisas nessa direção, cujos enfoques, em geral, contemplam ainda olhares fragmentados sobre a complexidade e diversidade de pressões geradas pelo turismo em ambientes naturais protegidos.
ResumoNeste trabalho, nos propomos a refletir sobre as especificidades, limitações e desafios inerentes às pesquisas de demanda direcionadas a viajantes interessados em vivenciar experiências de turismo de base comunitária. Tal objetivo teve como inspiração a experiência de uma pesquisa de demanda realizada no âmbito do Projeto de Turismo Comunitário Vale das Conquistas, município de Brumadinho, MG. Os procedimentos metodológicos envolveram o levantamento bibliográfico sobre turismo de base comunitária, segmentação de mercado e perfis de demanda turística e, também, análises de pesquisas secundárias, com vistas ao estabelecimento de parâmetros de investigação que subsidiaram a elaboração do modelo de questionário utilizado para a realização das pesquisas com demanda potencial em localidades turísticas próximas à área de abrangência do projeto. Os resultados estimularam importantes debates sobre os desafios de se realizar pesquisas de demanda potencial para esse público. Ao mesmo tempo, indicaram que os processos de formatação e comercialização de propostas de turismo de base comunitária devem priorizar estratégias voltadas à divulgação em mercados regionais, realização de pesquisas de demanda periódicas e investimento na disponibilização de informações de qualidade aos visitantes.Palavras-chave: Pesquisa de Demanda; Turismo Comunitário; Projeto Vale das Conquistas. Resumen En este trabajo nos proponemos a reflexionar sobre los detalles, limitaciones y desafíos inherentes a los estudios de demanda dirigidos a los viajeros interesados en vivenciar las
Ao se refletir sobre a relação entre turismo e parques, percebe se já nas primeiras iniciativas de criação dessa categoria de manejo uma orientação de forte vinculação com a visitação turística, em virtude do potencial dos parques para oportunizar momentos de contato com a natureza, lazer e recreação para a sociedade. Nas últimas décadas, em função desse potencial para visitação, os parques também passaram a ser reconhecidos como estratégia para se promover a geração de renda e a dinamização de economias locais. Ao mesmo tempo, o incremento do turismo pode significar uma intensificação das pressões sobre o patrimônio natural protegido e provocar alterações em modos de vida autóctones, impondo inúmeros desafios aos propósitos de conservação da biodiversidade e à gestão desses territórios protegidos. Diante desse contexto, este ensaio, de natureza essencialmente teórica, tem por objetivo refletir sobre a natureza e significados do desenvolvimento do turismo no entorno de parques a partir da perspectiva territorial. Para cumprir tal objetivo, foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, artigos internacionais e nacionais e estudos de caso que abordam a temática em discussão.
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