Descrever caso envolvendo leiomiossarcoma (LMS) de bexiga, assunto relevante devido à baixa incidência deste tumor mesenquimal maligno. Menos de 1% dos tumores vesicais primários são LMS, e apenas 200 casos relatados na literatura, desde a primeira descrição feita há um século por Gusshaver. Métodos: A conduta terapêutica proposta foi a realização de uma cistoprostatectomia radical com reconstrução à Bricker e retossigmoidectomia. No intraoperatório, evidenciou-se extensa massa proveniente da bexiga, hipervascularizada, envolvendo a parede abdominal e comprimindo ureteres e artérias ilíacas bilateralmente, prosseguindo-se com ressecção da extensa lesão em bexiga e próstata em monobloco. O material ressecado foi encaminhado para anatomopatológico, que revelou se tratar de um sarcoma fusocelular pleomórfico de dimensões 30x25x13 cm. Na imunohistoquímica, evidenciou-se leiomiossarcoma grau I (estágio II na classificação TNM). Resultados: O paciente permaneceu internado durante 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por conta de ter desenvolvido insuficiência renal crônica agudizada após a cirurgia, necessitando de diálise. Teve boa evolução no pós-operatório, apesar de manter IRC dialítica. No 22º dia de pós-operatório, se encontrava constipado, porém com Bricker funcionante e sem particularidades na ferida operatória. Conclusão: Embora a abordagem terapêutica do LMS de bexiga não seja um consenso na literatura, a modalidade pode ser justificada na situação de um tumor agressivo com prognóstico reservado.
Introdução: A hepatite C está associada ao desenvolvimento do carcinoma hepatocelular (CHC). O regime terapêutico baseado em interferon vem sendo substituído pelos antivirais de ação direta (AAD) para tratamento da infecção pelo vírus da hepatite C (HCV). Contudo, estudos recentes evidenciaram um aumento inesperado da recorrência do CHC em pacientes tratados com AAD para resolução da hepatite C. Objetivo: Avaliar o risco de recorrência de hepatocarcinoma após uso de AAD em pacientes com infecção por HCV. Método: Realizou-se um levantamento nas bases de dados PubMed, MEDLINE e LILACS de acordo com os descritores DeCS/MeSH ((hepatocellular carcinoma) AND recurrence) AND Direct-acting antiviral. A revisão obedeceu ao protocolo PRISMA e está cadastrada na plataforma PROSPERO. A análise estatística dos dados foi realizada no software RStudio. Resultados: Sete artigos foram selecionados resultando em 847 pacientes. Entre os tratados com AAD, a taxa de recorrência variou entre 11,1% e 42,1% e, no grupo controle, ocorreu em 5% a 65,6% dos pacientes. O risco relativo (RR) de recorrência do CHC no grupo de pacientes que recebeu AAD foi menor do que o risco evidenciado no grupo controle, apesar de não haver significância estatística (RR 0,71 95% IC [0,55;0,93] I2=38%, p=0,14). O tempo até o diagnóstico da recorrência teve uma média de 9,35 meses no grupo exposto a terapia e 13,42 meses no grupo controle. Conclusão: Sugere-se que a terapia com AAD não aumenta o risco de recorrência do CHC em comparação com grupos controle. Nos pacientes que desenvolveram recorrência, ocorreu com maior frequência dentro do primeiro ano após introdução dos AAD.
Introdução: O melanoma cutâneo é um tumor com grande capacidade de metastização. Um dos quadros possíveis, mas bastante raro, é quando a metástase se aloja em peritônio (carcinomatose peritoneal). Relato do caso: Paciente feminina, 61 anos, encaminhada por massa inguinal esquerda suspeita e lesão hipercrômica de 2 cm, com área de regressão em membro inferior esquerdo. A paciente foi submetida à linfadenectomia inguinal esquerda e ressecção da lesão de pele, que evidenciou melanoma maligno cutâneo extensivo superficial invasor, de espessura de Breslow 1,2 mm, e nível de Clark II, bem como metástase linfonodal. O tratamento adjuvante incluiu radioterapia e quimioterapia. Durante follow-up, oito meses depois, ultrassonografia e tomografia computadorizada de abdome evidenciaram imagem nodular sólida hipoecoica, heterogênea e bosselada, mal definida e mal delimitada em projeção para-aórtica à esquerda, com 12,7x6,7x4,8 cm. Em laparotomia exploradora, encontrou-se massa volumosa retroperitoneal em flanco esquerdo, com envolvimento do ângulo de Treitz e presença de carcinomatose peritoneal. O laudo anatomopatológico evidenciou neoplasia maligna pouco diferenciada epitelioide infiltrativa, compatível com história clínica de melanoma. A paciente evoluiu a óbito após consulta com oncologia clínica. Conclusão: Existem poucos casos de metástase peritoneal de melanoma relatados na literatura. Contudo, deve-se levar em consideração sua possibilidade de ocorrência e as opções terapêuticas disponíveis, além de também compreender seu impacto no prognóstico do paciente. Apesar de rara, a carcinomatose peritoneal deve ser considerada quando pacientes com histórico pessoal de melanoma apresentarem queixas abdominais inespecíficas, como a paciente do caso relatado.
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