As categorias qualificacionais da modalidade epistêmica e da evidencialidade são analisadas no contexto específico das sessões do tribunal do júri. Indicadoras das avaliações do falante em relação ao valor de verdade das proposições e das indicações da fonte do conteúdo proposicional veiculado, essas qualificações são especialmente produtivas na construção das estratégias persuasivas. Nesse contexto, analisamos a expressão lexical dessas categorias a fim de verificar a funcionalidade da indicação das evidências na fala dos advogados de defesa e de acusação, defendendo a hipótese de que os evidenciais também podem funcionar como asseveradores ou atenuadores do valor de verdade, função tipicamente modal.
A evidencialidade é a categoria responsável por expressar a fonte da informação veiculada em um enunciado. Nesta pesquisa, são analisadas a evidencialidade reportativa e a citativa, subtipos evidenciais que apresentam uma informação adquirida de terceiros. Estudos anteriores atestam a sistematicidade dessa categoria em línguas que a marcam gramaticalmente; interessa, então, a esta pesquisa verificar como essas subcategorias se manifestam no português, língua em que a expressão da evidencialidade é majoritariamente lexical. Para tanto, analisamos textos jornalísticos do jornal on-line Folha de São Paulo, utilizando, como ferramenta de identificação das categorias, a descrição dos evidenciais feita pela Gramática Discursivo-Funcional, que viabiliza a descrição dos fenômenos linguísticos a partir da consideração de uma ordem hierárquica dos níveis de organização do enunciado, em que a pragmática exerce determinações sobre todos os demais níveis.
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