A depressão é um transtorno de humor de prevalência crescente, capaz de reduzir a produtividade profissional do indivíduo em 10% e considerada uma das doenças mais incapacitantes. No Brasil, atinge 11,5 milhões de pessoas e é uma das maiores causas de afastamento do trabalho. Uma das profissões vulneráveis é o magistério, que lida com baixa remuneração, falta de recursos materiais e estrutura, alta carga horária, excesso de cobrança, entre outras questões. O objetivo do estudo foi analisar o perfil dos docentes da rede pública que se afastaram por depressão, entre 2009 e 2017, bem como avaliar as características do afastamento e o índice de reincidência. A coleta foi realizada através do banco de dados informatizado da perícia médica da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão de Sergipe e incluiu 239 docentes. Esses profissionais eram predominantemente do sexo feminino, com ensino superior completo, casados e de meia-idade. A depressão foi a principal causa de afastamento do trabalho, quando comparada aos demais transtornos mentais. A carga horária cumprida foi de 200 horas mensais, com tempo médio de serviço de 18,5 anos e média de 194,5 dias de afastamento, sendo o código F32 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, 10ª edição (CID-10), o mais prevalente. Mais da metade dos profissionais apresentou reincidência, perfazendo média de 4,04 recidivas por docente. Trata-se de uma pesquisa singular, a respeito de uma realidade pouco estudada no cenário nacional e nunca estudada em Sergipe, que impõe a necessidade de investigação imediata, de forma a facilitar o planejamento e a implementação de melhorias.