Phlebopus é um gênero de fungos boletoides que produz basidiomas conspícuos, de grandes dimensões. O gênero está representado no Brasil por seis espécies distribuídas em oito Estados, porém, P. beniensis ainda não havia sido registrada para o Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é registrar a ocorrência da espécie para o Estado de São Paulo com base em espécimes da região sudoeste do Estado, assim como apresentar notas etnomicológicas, incluindo o primeiro registro de comestibilidade da espécie
Oswaldo Fidalgo é um micólogo brasileiro que iniciou seus estudos com fungos de forma autônoma nos anos 1950. Fidalgo contribuiu de forma significativa para a história da micologia no país, realizando estudos em herbários nacionais e estrangeiros, além de participar ativamente da formação de uma nova geração de micólogos. Em 1965, Fidalgo publicou um estudo compilando informações etnomicológicas sobre diferentes grupos indígenas brasileiros, sendo que este trabalho representa um divisor de águas na história da etnomicologia no país. Na década de 1970, Fidalgo trabalhou com o botânico britânico Ghillean Prance, e juntos investigaram os fungos utilizados na dieta dos Yanomami. Com o intuito de resgatar informações sobre a carreira acadêmica de Fidalgo e os primórdios dos estudos etnomicológicos no país, realizamos entrevistas com Fidalgo e Prance. Os dados apresentados neste artigo são resultados dessas entrevistas e demais investigações em literatura.
A ciência cidadã corresponde à incorporação do conhecimento de pessoas não envolvidas diretamente com o ambiente acadêmico na produção do conhecimento científico. O monitoramento da biodiversidade é um dos tipos de projeto que se beneficia com a participação da ciência cidadã, já que os centros de pesquisa muitas vezes não possuem recursos suficientes para coletar informações relevantes sobre as espécies locais. No levantamento da diversidade de macrofungos, os projetos de ciência cidadã são essenciais, pois estamos nos referindo a estruturas reprodutivas efêmeras, sazonais e muitas vezes com distribuição restrita. Neste trabalho apresentamos dados referentes ao Grupo Cogumelos do Brasil, uma comunidade virtual na rede social Facebook que existe desde 2013. Entre maio e junho de 2021 foi realizado um levantamento de espécies baseado em fotografias postadas no grupo. Após o mês de acompanhamento, verificamos que 61 membros, oriundos de 17 estados brasileiros, publicaram fotografias de pelo menos 126 táxons diferentes de macrofungos (ascomicetos e basidiomicetos). Ainda, são apresentados estudos de caso que demonstram o potencial deste grupo para futuros estudos envolvendo ciência cidadã.
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