RESUMOAs florestas ribeirinhas são formações florestais encontradas ao longo de cursos de água, sendo caracterizadas por alta heterogeneidade ambiental e desempenham importantes funções ecológicas como proteger o solo das margens dos rios. Em um fragmento de floresta Ribeirinha ao longo do Rio Luculece no Posto Administrativo de Unango, Norte de Moçambique, realizou-se um estudo do componente arbóreo com o objetivo de determinar a composição florística e estrutura da vegetação. O levantamento fitossociológico foi realizado em uma área de 0,48 ha, onde foram amostradas todas as árvores com DAP ≥ 5 cm usando parcelas contiguas. Estimaram-se os descritores fitossociológicos empregados usualmente, além das estimativas de diversidade (H') e equabilidade (J'). A suficiência amostral foi feita através das curvas de rarefação e pelos estimadores não paramétricos Jackknife 1, Jackknife 2, Bootstrap e Chao 2 e ICE. O número de espécies registrados não foi expressivo, a curva de rarefação não atingiu a assíntota. Foram amostrados 688 indivíduos, pertencentes a 38 espécies e 18 famílias. Os maiores valores de importância foram registrados para Annona senegalensis Pers., Syn. Pl. (Persoon), Cussonia arborea Hochst. ex A. Rich. e Acacia abyssinica Brenan, Kew Bull, Dichrostachys cinerea Brenan & Brummitt, e Bauhinia petersiana (Oliv.) Brummitt & J.H. Ross e o índice de diversidade foi estimado em 2,835 nats.ind -1 (J' = 0,779). Esses resultados mostram a necessidade de conservação das matas ribeirinhas da área de estudo.
Com o objetivo de quantificar e qualificar a arborização urbana da cidade de Lichinga foi realizado inventário do tipo censo. Foram identificadas as espécies usadas, características dendrométricas, estado fitossanitário e sua relação com as instalações urbanas. Foram inventariados 727 indivíduos, totalizando 15 espécies, distribuídas em 10 famílias, sendo que 93,3% das espécies são de origem exótica e 6,7% nativa. O indivíduo mais frequente foi a Jacaranda mimosifolia D. Don, representando 55,4% do total. As árvores mensuradas 45% delas apresentavam crescimento em altura entre 10 a 15m, e 37% altura superior a 15m evidenciando que as árvores são de grande porte, e apresentam diâmetro a altura de peito (DAP) maior que 25cm. Quanto a fitossanidade 88,7% apresentavam um estado regular, dos indivíduos levantados 27,8% apresentam conflitos com os fios de rede elétrica e de comunicação, 3,1% dos indivíduos apresentam raízes superficiais e 6,3% dos indivíduos é que necessitam de poda drástica por interferirem diretamente com a rede elétrica e de comunicação bem como nas placas de sinalização das vias. Pode se concluir que a maioria das árvores usadas na arborização da cidade são espécies exóticas, sugerindo-se que no futuro sejam usadas espécies nativas adequadas de modo a diversificar as espécies.
Nos últimos tempos, as florestas de mangal tem sido alvos de distúrbios naturais e antrópicos, destacando-se as actividades humanas como as principais responsáveis pela degradação destes ecossistemas. Nesse contexto, o estudo teve como objectivo, analisar as actividades antrópicas nas florestas de mangal em Macuse, no centro de Moçambique, através da identificação das actividades antrópicas que levam a sua degradação, descrição das finalidades e consequências dessas actividades, bem como o nível de conhecimento das medidas de uso sustentável dos recursos existentes nos ecossistemas de mangal. O estudo consistiu num inquérito com amostra de 101 agregados familiares selecionados entre os diferentes bairros do Posto Administrativo de Macuse, sendo que, os indivíduos entrevistados foram selecionados com base na amostragem por conveniência. Em termos de resultados, constatou-se que quase toda a população da área de estudo (98%) depende dos mangais como uma das principais fontes de subsistência, e foi constatado que actividades como a pesca (31%), corte de estacas (24%), procura de crustáceos (4%), produção de carvão (6%), extracção de sal (7%), de areia (4%) e lenha (24%), foram identificadas como as que mais contribuem para a degradação dos mangais na área de estudo. A população de Macuse utiliza preferencialmente espécies de mangal como a Avicennia marina, Ceriops tagal e Sonneratia alba na maior parte de suas actividades, sendo que grande parte da população (cerca de 63%) não tem nocção de que a sobre-exploração do mangal aliada a causas naturais como ciclones, erosão, cheias, entre outras, contribui de forma significativa para a degradação do mangal.
O presente estudo foi desenvolvido na província de Niassa, Distrito de Nipepe, especificamente na comunidade de Muichi com o objetivo de avaliar o envolvimento da comunidade local na tomada de decisão sobre o manejo de recursos florestais. Assim, para responder ao objetivo do estudo, foram entrevistados 109 entrevistados, sendo: autoridades tradicionais (3), membros de comitês de gestão de recursos naturais (5), membros da comunidade (95), representantes do setor privado (03) e de ONGs (3). Os dados foram obtidos por meio do uso de amostragem de bolas de neve sem probabilidade ou amostragem de bolas de neve, técnicas como levantamento de questionário, entrevistas semiestrusas, conversas informais, registros institucionais ou análise documental e observação direta de campo. Os dados foram analisados no programa Microsoft Excel 2019 e no IBM SPSS Statistics 26 com base na análise de conteúdo e correspondência de padrões que consiste em agrupar as respostas semelhantes dos respondentes em suas categorias correspondentes de informação e explicar as diferenças para que as conclusões possam ser tiradas. Observou-se que a comunidade tem baixo nível de controle sobre os recursos florestais, e sua participação no processo de tomada de decisão tem sido limitada devido a fatores como: a não representação da comunidade nos conselhos consultivos distritais, a falta de recursos financeiros, a falta de recursos humanos para auxiliar no processo de fiscalização tem sido o fator que mais cria dificuldade no processo de fiscalização dos recursos florestais.
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