Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) cau-sada pela bactéria Treponema pallidum transmitida por via sexual, transfusão sanguínea e de forma vertical da mãe ao feto. A doença manifesta-se prima-riamente por meio de uma úlcera indolor, podendo evoluir para forma sis-têmica anos após a infecção. Embora seja uma IST curável, muitas vezes seu o diagnóstico é tardio, principalmente em mulheres infectadas com a sífilis primária, já que a lesão não ocasiona sintomas. Dessa forma, a sífilis torna--se um problema de saúde pública, uma vez que continua sendo disseminada por toda a população; contudo, além de fatores fisiológicos, as barreiras cul-turais favorecem a vulnerabilidade da mulher somadas à não popularização da camisinha feminina, fazendo com que elas se encontrem em situação constrangedora de negociar com o parceiro o uso do preservativo. Objetivo: Avaliar a prevalência de sífilis entre a população feminina por faixa etária na Região Sul do Brasil, nos últimos dez anos. Materiais e métodos: Estudo epidemiológico descritivo baseado em dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre sífilis na popula-ção feminina da Região Sul do Brasil entre janeiro de 2012 e janeiro de 2022. Resultados: No período analisado, foram registrados 533 casos de sífilis entre a população feminina na Região Sul do Brasil. Destes, nove foram em meni-nas na faixa etária de dez a 14 anos, 51 na faixa de 15 a 19 anos, 127 na faixa entre 20 e 29 anos, 99 na de 30 a 39 anos, 76 na de 40 a 49 anos, 81 na de 50 a 59 anos, 66 na de 60 a 69 anos, 34 na de 70 a 79 anos e dez entre as mulhe-res de 80 anos ou mais. Embora haja registros de casos de sífilis em mulheres de todas as faixas etárias, percebe-se sua maior incidência entre 20 a 29 anos e 50 a 59 anos, correspondendo a 23,8 e 15,19% do número total de casos, respectivamente. Conclusão: O número elevado de casos nesses dois grupos etários deve-se ao comportamento sexual de risco. Entre a população mais jovem, isso ocorre em razão das múltiplas parcerias sexuais e da não ade-são ao preservativo. Além disso, a elevada incidência de casos nas mulheres de 50 a 59 anos deve-se principalmente ao número de divórcios nessa faixa etária, ao uso de medicamentos para impotência sexual, os quais aumen-tam libido e, consequentemente, levam a maior busca por parceiros sexuais, muitas vezes sem uso de camisinha. Apesar das medidas de prevenção e das opções de tratamento serem acessíveis e eficazes, nota-se um aumento con-siderável da doença em todas as faixas etárias, principalmente nas mulheres em período de mudanças hormonais. Muitos desses índices elevados nesse período da vida devem-se a questões sociais e culturais. Dessa forma, a fim de diminuir os casos de sífilis, ainda é preciso promover o acesso à informa-ção sobre relação sexual segura com o uso de preservativos.
Introdução: A detecção precoce do câncer de mama é imprescindível para seu controle, dadas as altas taxas de morbimortalidade e de diagnóstico tardio no Brasil. O diagnóstico precoce e o rastreamento são realizados por mamografia, exame clínico e autoexame das mamas. No entanto, mesmo com ações de rastreamento nas Unidades Básicas de Saúde, ainda se obser-vam altos índices de mortalidade pela doença. Objetivo: Avaliar o número de citologias de mamas realizadas e de óbitos por neoplasias de mamas de 2016 a 2020 no Brasil. Materiais e métodos: Estudo epidemiológico des-critivo sobre dados de citologia de mamas e neoplasias de mama no Brasil entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020, extraído do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: De 2016 a 2020 foram realizadas 62.225 citologias de mamas no Brasil. Delas, 11.878 foram em 2016, 12.992 em 2017, 12.350 em 2018, 15.064 em 2019 e 9.941 em 2020. Ademais, no período analisado, houve 28.309 óbitos em decorrên-cia de neoplasia maligna da mama e de neoplasia benigna da mama. Deles, 5.331 ocorreram em 2016, 5.485 em 2017, 5.733 em 2018, 6.035 em 2019 e 5.725 em 2020. Conclusão: Embora se tenham observado pequenos aumen-tos no número de citologias de mamas realizadas de 2016 a 2019, com 19% do total de procedimentos em 2016 e aumentos respectivos de 1, 1,8 e 1,8% nos demais anos, houve queda de 3% em 2020. Isso mostra que, apesar dos avanços anuais de monitoramento das ações relacionadas à detecçã o precoce, à confirmação diagnóstica e ao início do tratamento de neoplasias no Brasil no início da pandemia em 2020 pode ter sido um empecilho para que a ten-dência de aumento se mantivesse e, consequentemente, responsável indireto por 20% dos óbitos por neoplasias de mama.
Introdução: Incontinência urinária (IU) é qualquer perda involuntária de urina. Apresenta-se na população idosa com etiologia multifatorial, resultante de alterações do envelhecimento, lesões do sistema urinário e nervoso, comorbidades, uso de medicamentos, declínio cognitivo e funcional. A IU interfere negativamente na qualidade de vida em função do isolamento no convívio social e familiar, causando sentimentos de depressão/ansiedade e vergonha. O presente trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma idosa com IU e o impacto em sua qualidade de vida. Relato de caso: Realizaram-se quatro visitas domiciliares a T.R.S, 74 anos, viúva, auxiliar de enfermagem aposentada, residente em Canoas, vinculada à Unidade Básica de Saúde da região de sua residência. Teve sete gestações e um aborto. Mora sozinha. Recebe ajuda do filho que mora próximo para organizar as medicações. Diagnosticada com IU, aguarda consulta com fisioterapeuta pélvico e, caso isso não resolva, tem planos de realizar cirurgia. Faz uso de Cloridrato de Oxibutinina 5 mg e de terapia hormonal tópica à base de Estradiol, que auxiliam nos sintomas urinários. Relata dificuldades em conter urina ao despertar, sentindo-se desconfortável com a situação e sem confiança para sair de casa. Queixa-se de dores no corpo, principalmente nas articulações, devidas à osteoartrite crônica. Deambula com auxílio de bengala. Faz uso diário de anti-inflamatórios para a dor e Carbonato de cálcio + vitamina D e Alendronato de sódio para osteoporose e osteoartrite. Usa Amitriptilina para dormir e Fluoxetina para os sintomas de depressão/ansiedade que apresenta. Diante das dificuldades de locomoção, as consultas médicas são realizadas no domicílio a cada dois meses. Conclusão: A IU é uma patologia prevalente na população geriátrica, trazendo impactos e prejuízos de vida como limitação nas atividades diárias e sociais, além de sintomas depressivos. Quanto ao tratamento instituído, observa-se que, apesar de a Oxibutinina ajudar no controle da bexiga hiperativa, a paciente não apresenta a classificação da IU; por conta de possíveis efeitos adversos (visão embaçada, perda do equilíbrio), torna-se temerária a possibilidade de queda; e, por bloqueio à produção de acetilcolina, prejuízo cognitivo e depressão. A Amitriptilina piora o estado cognitivo por efeito de sedação prolongado e risco de queda por hipotensão ortostática e arritmia cardíaca. A Fluoxetina possui meia vida longa, podendo causar síndrome serotoninérgica. Hormônio via vaginal parece adequado em idosas, e a fisioterapia pélvica é adequada após exame de urodinâmica e avaliação ginecológica. Apesar disso, ela permanece subdiagnosticada e com interações medicamentosas com alto risco. Dessa forma, é importante que os profissionais estejam aptos a diagnosticar e tratar ou encaminhar a paciente para que receba tratamento individualizado, a fim de melhorar sua qualidade de vida.
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