Introdução: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids), prejudica o sistema imunológico, favorecendo a aquisição de infecções oportunistas. A epidemia do HIV está passando pelo processo de feminização, sendo crescente o número de mulheres infectadas pelo HIV, especialmente as em idade fértil. Objetivo: Caracterizar o perfil demográfico e clínico de mulheres em idade fértil vivendo com HIV/aids e investigar os fatores associados ao desfecho óbito. Método: Foi realizado um estudo transversal e analítico, com abordagem quantitativa, com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram selecionadas no estudo mulheres adultas entre 13 a 49 aos de idade, notificadas no período de janeiro 2007 a dezembro 2019. As variáveis independentes foram: faixa etária, gestante, escolaridade, raça, tipo de exposição, sinais e sintomas clinicos definidores de aids, contagem de linfócitos TCD4+ e infecções oportunistas. Foi utilizado o programa IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20. Realizada análise bivariada e multivariável, razão de prevalência e Intervalo de Confiança de 95%. Resultados: Dos 457 casos estudados, 67,6% possuíam 30 a 39 anos de idade, 54,1% obtinham até 8 anos de estudo, 61,7% eram brancas e 90,6% não eram gestantes e 96,1% foram expostas ao HIV através de relações sexuais com homens. Quanto aos sinais clínicos definidores de aids 22,9% apresentaram caquexia e 21,0% astenia. 61,0% dos casos possuíam a contagem de linfócitos TCD4+ menor ou igual a 350 cel/mm³. 25,0% das mulheres possuíam candidíase oral. A população da faixa etária de 30 a 49 anos, com escolaridade até 8 anos de estudo e com contagem de linfócitos T CD4+ menor ou igual a 350 cel/mm³ se encontrou associada ao óbito por aids, se caracterizando como um fator de risco. Conclusão: Houve de mulheres adultos jovens com escolaridade de até 8 anos de estudo e com a contagem de linfócitos TCD4+ menor ou igual a 350 cel/mm³, e estas estiveram mais associadas ao óbito. Com isto é visto a necessidade de criação de políticas públicas direcionadas a essa população, com o intuito de diminuir o percentual de mortalidade.