Actualmente, esta doença representa um problema social de magnitude considerável que se reflecte em custos financeiros elevados tanto para o doente como para a sociedade. Em termos individuais, pelas suas características clínicas (cursando com agudizações), a doença asmática torna-se um desafio diário à capacidade de adaptação destes doentes, exigindo ajustamentos contínuos no seu funcionamento quotidiano que permitam regular o impacto e o curso da doença.A avaliação da qualidade de vida dos doentes, em particular dos doentes crónicos, não é uma preocupação recente. Neste contexto, surge como uma avaliação específica dos resultados de saúde e complementar às tradicionais avaliações de "impacto" da doença (e.g., prevalência, mortalidade, índices de hospitalizações e utilização dos recursos médicos).Qualidade de vida é um conceito subjectivo que se baseia na percepção individual do impacto que têm os acontecimentos e as experiências nas várias esferas de vida dos indivíduos. Está assim relacionada com o nível de bem-estar percebido ou de satisfação pessoal em domínios centrais da vida dos indivíduos (American Thoracic Society, 2004).A asma brônquica é uma das doenças crónicas mais comuns e afecta todas as idades. Apesar das dificuldades conhecidas no estabelecimento de uma definição precisa desta doença, dadas as múltiplas utilizações do termo (sintomas, exacerbações, anormalidades das vias aéreas), a asma brônquica é, actualmente, entendida como uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que se expressa por episódios recorrentes de pieira, dispneia, aperto torácico e tosse de intensidade variável. Estes sintomas estão normalmente associados a uma obstrução generalizada das vias aéreas, a qual é reversível espontaneamente ou por tratamento (Direcção Geral de Saúde, 2001).Em Portugal, a prevalência média da asma atinge mais de 11% da população no grupo etário dos 6-7 anos, 11,8% no grupo etário dos 13-14 anos e 5,2% no grupo dos 20-44 anos, estimando-se que existam mais de 600.000 de doentes (Direcção Geral de Saúde, 2002 Universidade de Coimbra Ana Cláudia Cardoso Machado Rota do Guadiana-Associação de Desenvolvimento IntegradoRESUMO -A asma brônquica é uma doença complexa e interfere com a qualidade de vida desses doentes. Pretendemos, com a presente investigação, estudar a relação das variáveis sócio-demográficas (género, idade e grau de instrução), clínicas (gravidade da doença, duração e tipo clínico) e psicológicas (cognições, emoções e comportamentos) com a qualidade de vida do doente asmático. Cinqüenta doentes asmáticos do Departamento de Pneumologia e Imunoalergologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra preencheram cinco questionários de auto-resposta que avaliavam as variáveis psicológicas em estudo. Os dados clínicos relativamente à doença foram igualmente recolhidos.Os nossos resultados revelam-nos que a qualidade de vida se relaciona com um conjunto de variáveis que podemos denominar biopsicossociais (e.g., uma menor qualidade de vida relaciona-se com uma maior idade, menor escolaridade, um...
Numa amostra de 50 doentes asmáticos hospitalizados ou em regime de consulta externa, investigou-se a associação entre as cognições disfuncionais associadas à Asma e outras variáveis psicológicas (emoções e comportamentos) tradicionalmente estudadas no âmbito dos modelos cognitivo-comportamentais, através de instrumentos de medida dessas variáveis específicos para a doença asmática. Os resultados encontrados sugerem que as cognições disfuncionais associadas à Asma são preditoras de comportamentos/emoções problemáticos que ocorrem antes, durante e depois das crises asmáticas. Sugerem-nos ainda que as cognições disfuncionais são preditoras de maiores níveis de sintomatologia “pânico/medo” e de atitudes negativas face à doença asmática e ao seu tratamento.
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