O crescente consumo de madeira co­mo fonte de matéria prima para as mais diversas finalidades no Brasil vem extinguindo progressiva­mente espécies nativas de grande valor. O Pro­grama de Melhoramento Genético do Instituto Florestal do Estado de São Paulo vem conservan­do "ex situ" muitas dessas espécies, entre elas o ipê-amarelo - Tabebuia vellosoi Tol. Foram insta­lados testes de progênies das procedências Moji Guaçu (SP) e Bebedouro (SP) para constatar a existência de variabilidade entre populações e in­divíduos e estimar coeficientes de variação genéti­ca e herdabilidade das características altura de plantas e DAP. O ensaio, instalado em Luiz An­tonio (SP) sob o delineamento estatístico "com­pact family block", não apresentou diferenças esta­tisticamente significativas entre as ,duas popula­ções. Os resultados mostraram maior variação dentro de progênies do que entre as diferentes progênies, maior variabilidade genética na popu­lação Moji Guaçu em relação à de Bebedouro e, altos coefientes de herdabilidade (sentido restri­to) para a característica altura de plantas, maior do que para a característica DAP, de um a nove anos de idade do experimento.

Com o objetivo da conservação genética ex situ de uma espécie arbórea tropical em risco de extinção, o Instituto Florestal de São Paulo implantou, no ano de 1984, um ensaio de famílias e de populações de Balfourodendron riedelianum em dois locais: Estação Experimental de Luiz Antonio e Estação Experimental de Pederneiras, SP. O delineamento utilizado foi o de blocos de famílias compactas com 3 populações, 19 fanúlias por população, 6 repetições e 5 plantas por parcela. Os ensaios foram avaliados pela análise de variância para altura total e DAP aos 4, 9 e 11 anos de idade. O crescimento médio e sobrevivência de plantas foi maior em Luiz Antonio, SP. A análise de variância individual dos caracteres revelou diferenças significativas entre populações em Pederneiras e, entre famílias dentro de populações, nos dois locais de ensaio, em todas as idades de avaliação. Os componentes de variância mostraram que a maior parte da variação genética encontra-se dentro das populações e, portanto, que a estratégia de conservação deva priorizar a amostragem de individuos dentro de famílias e famílias dentro de populações. Os parâmetros genéticos apresentaram estimativas promissoras para os caracteres avaliados nas análises individuais e conjunta para locais, sugerindo que as populações apresentam variação genética suficiente para a conservação. A estimativa do tamanho efetivo de populações indicou que a representatividade genética das populações sob conservação é suficiente para que o material não perca alelos raros por deriva genética, a curto prazo.