OBJETIVO: Os transtornos depressivos constituem um problema de saúde pública devido a sua alta prevalência e impacto psicossocial. Pacientes deprimidos são freqüentadores assíduos de serviços de atendimento primário, porém, muitas vezes, não são diagnosticados como tais. O objetivo do estudo é avaliar a associação entre sintomas depressivos e funcionamento social numa amostra de pacientes que procuraram um serviço de cuidados primários em uma capital brasileira. MÉTODOS: Foram avaliados 2.201 usuários de serviços de cuidados de saúde primários de Porto Alegre quanto à saúde física e emocional. Foi aplicado questionário em entrevista única, com duas questões genéricas de avaliação de qualidade de vida do World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Breve), mais itens do Medical Outcomes Study Short-Forms 12 (SF-12) e MHI 5 (MHI-5), do Centers for Epidemiologic Studies -- Depression (CES-D), além de outras questões referentes a busca de atendimento médico e faltas ao trabalho. Foram realizados testes de Kruska-Wallis e de comparações múltiplas de Tambane. RESULTADOS: Dos indivíduos estudados, 79,5% eram do sexo feminino, com média de idade de 40 anos. A intensidade da sintomatologia depressiva medida pelo CES-D foi de 20,2 para as mulheres e de 16,2 para os homens. Todos os parâmetros avaliados tiveram relação inversa com a intensidade dos sintomas depressivos. CONCLUSÕES: Os resultados reforçam a afirmativa de que a sintomatologia depressiva tem uma alta associação com pior funcionamento social e qualidade de vida e maior utilização de recursos de saúde em pacientes de cuidados primários.
The WHOQoL instrument proved to be satisfactory for evaluating quality of life in this sample.
Endereço para correspondência RESUMOOs sintomas depressivos são altamente prevalentes, principalmente em serviços de cuidados primários, provocando sérios prejuízos nos sujeitos que não são submetidos a tratamento. O objetivo deste estudo foi o de revisar o impacto da associação entre depressão maior e qualidade de vida. Foram revisados os artigos publicados entre 1990 e 2007, utilizando as palavras-chave "qualidade de vida", "depressão", "sintomas depressivos", "serviços de cuidados primários", "bem-estar e felicidade" e "preditores de remissão". A presença de sintomas depressivos afeta todas as dimensões da qualidade de vida e, conforme a gravidade desses sintomas, o seu impacto na qualidade de vida pode ser maior do que o de outras doenças crônicas. Os resultados sugerem que a presença de sintomas depressivos exerce um importante impacto na qualidade de vida dos sujeitos, não se restringindo apenas às características clínicas do transtorno. Entretanto, ainda existe uma carência de modelos teóricos, assim como de estudos longitudinais, que possam estabelecer de forma mais clara qual é a real relação entre depressão e qualidade de vida. Provavelmente, através do entendimento de medidas subjetivas e objetivas de recuperação dos sujeitos com sintomas depressivos, poderão se buscar intervenções mais eficazes e que provoquem melhorias no funcionamento global dessa população. Sendo assim, a avaliação da qualidade de vida aparece como um desfecho relevante, pois pela sua multidimensionalidade é potencialmente capaz de detectar a magnitude e a abrangência do comprometimento que a depressão impõe.Descritores: Qualidade de vida, depressão, serviço de cuidados primários, preditores de remissão, bem-estar, felicidade. ABSTRACTDepressive symptoms are highly prevalent, mainly in primary health care services, causing serious impairments in those subjects that are not treated. The objective of this study was to review the impact of the association between depressive disorder and quality of life. Our review included articles published between 1990 and 2007 and it was based on the following keywords: quality of life, depression, depressive symptoms, primary care services, well-being, happiness, and predictors of remission. The presence of depressive symptoms affects all dimensions of the quality of life, and depending on the severity of these symptoms, it might cause equivalent or more severe impairment than other chronic diseases. The findings suggest that the presence of depressive symptoms causes a serious impact on the quality of life of individuals. Such impact is not limited to the clinical characteristics of the disorder. However, there is still a lack of theoretical models and longitudinal
The objective of this study was to verify the association between psychiatric symptoms and severity of alcohol dependence in male patients who sought treatment in two Brazilian treatment sites. A cross-sectional study was designed with 36 cases stratified into two groups according to the severity of alcohol dependence ascertained by the Short Form Alcohol Dependence Data scale; participants also answered the Mini-Mental State Examination, the Mini International Neuropsychiatric Interview, and the Symptom Check List 90. The mean age of the sample was 46 years, and 63.9% fulfilled criteria for severe alcohol dependence. Obsessive-compulsive, depressive, and paranoid symptoms were the most common clinical findings in the sample. Patients with severe dependence showed higher scores of psychiatric symptoms compared with patients with mild/moderate dependence across all analyses (p < .05). These data suggest an association between severity of alcohol dependence and psychiatric symptoms, pointing at the relevance of early detection of this clinical situation.
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