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A indústria da construção civil é um dos setores mais poluentes do planeta. A tecnologia empregada no aprimoramento das características físicas e químicas dos concretos e argamassas aparenta não estar em sinergia com as questões ecológicas que a sociedade enfrenta. Considerando essas diretrizes, torna-se evidente a chamada biotecnologia, que engloba a utilização de microrganismos no melhoramento das propriedades dos materiais oriundos do cimento. A presente pesquisa tem como objetivo avaliar o uso da bactéria Bacillus subtilis na capacidade de precipitar carbonato de cálcio a partir de um nutriente precursor em argamassas. A metodologia dessa pesquisa consistiu na preparação de um meio líquido utilizando o Bacillus subtilis com nutrientes necessários para o desenvolvimento onde foram imersos corpos de prova de argamassa com diferentes composições. Após 7 dias embebidos na solução, foram analisadas a influência do tratamento biológico sobre a resistência mecânica por meio do ensaio de resistência à compressão axial, sobre a modificação na porosidade pelo método de absorção de água e sobre a cristalização das matrizes cimentícias pela técnica de microscopia eletrônica de varredura. Observou-se que o tratamento com a bactéria proporcionou benefício em alguns casos, a exemplo de um aumento de até 54% na resistência à compressão em 4 composições. Notou-se também pouca influência na modificação da porosidade, mesmo aparentando precipitação de carbonatos de cálcio na superfície das amostras.

A madeira é atualmente considerada uma alternativa ecológica a materiais que provocam danos ambientais severos, sendo cada vez mais utilizada. Entretanto, sua heterogeneidade e anisotropia fazem com que suas propriedades físicas e mecânicas sejam diferentes em todas as direções, o que deve ser considerado nos dimensionamentos. A NBR 7190/97 recomenda que o valor de resistência ao cisalhamento deve ser tomado na direção paralela às fibras, o que pode sugerir um superdimensionamento das peças. O presente trabalho tem como objetivo investigar a resistência ao cisalhamento perpendicular às fibras em vigas entalhadas submetidas à flexão simples reta e verificar se as dimensões mínimas exigidas pela norma para a execução de entalhes podem ser modificadas. Foram ensaiadas vigas das espécies Eucalyptus salignae Araucaria angustifoliacom entalhes do tipo reto e misulado. As peças entalhadas foram submetidas ao cisalhamento, incluindo os apoios das vigas já ensaiadas, para comparação das resistências obtidas nas duas situações. Observou-se o fendilhamento esperado na quina do entalhe, bem como a ruptura ao cisalhamento no plano horizontal, apesar da solicitação no plano vertical. Esse resultado confirma que a resistência ao cisalhamento na direção paralela às fibras é preponderante em qualquer situação de solicitação e os critérios da NBR 7190/97 não carecem de modificação.