Este ensaio teórico analisa o papel dos custos de transação ao longo da cadeia de valor tal como concebida na visão porteriana, objetivando propor um aparato conceitual que combine as visões da firma como um conjunto de atividades ligadas por elos e como um nexo de transações e custos que ocasionem perda de valor. Utilizando-se do levantamento bibliográfico que apresenta os conceitos da vantagem competitiva de Porter e da economia dos custos de transação, elaborou-se um framework que contempla a criação de valor pela firma em três dimensões: valor criado pelas atividades, custo das atividades e custo dos elos; identificou-se também que o custo dos elos é moderado pela matriz institucional, estruturas de governança, economias de escala e escopo da firma; sendo que a incorporação destes constructos se constitui como a contribuição deste ensaio. Conclui-se que, apesar de divergentes em suas orientações para a lucratividade, a visão porteriana e a dos custos de transação apresentam potencial para integração, pois a análise da criação de valor na firma torna-se incompleta ao utilizar-se de somente uma das abordagens.
A perspectiva do valor compartilhadoshared valuepropõe a geração de valor a partir de ações corporativas em diversas frentes sociais incluindo a ambiental (Porter e Kramer, 2011). Este artigo discute e propõe a utilização do programa de patentes verdes como forma de materialização do shared value na indústria de abrasivos no Brasil. É proposto um framework analítico sobre o potencial para geração de valor, a partir da adesão ao programa do INPI. De acordo com os dados analisados, a indústria de abrasivos pode utilizar-se do programa de Patentes Verdes para alavancar questões relacionadas ao direito de propriedade, dada a intensidade de inovação no setor, incluindo tecnologias sustentáveis e a morosidade nos registros de patentes pelo sistema atual. Desta forma, as patentes verdes tornam-se uma proxy para observação da aplicação do shared value na indústria de abrasivos. Palavras chave: Valor compartilhado. Patentes verdes. Indústria de abrasivos.
A trajetória natural identifica a direção percorrida pela inovação tecnológica que é influenciada por distintos fatores. No caso da inovação sustentável, não há estudos que analisem esta dimensão no contexto brasileiro e, desta forma, este estudo busca identificar as trajetórias naturais deste tipo de inovação a partir da base de patentes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Foram analisados dados entre 2012 e 2017 que consideraram a relação entre patentes, produto interno bruto, regulação, políticas públicas, sistema educacional, mercado, paradigmas tecnológicos e catching-up. Identificou-se que mesmo em inovações caracterizadas como produtos específicos e que, portanto, tendem a exibir trajetórias tecnológicas distintas, as inovações registradas como patentes no Brasil, possuem trajetórias naturais semelhantes, ou seja, demonstram a utilização do mesmo conjunto de práticas, conhecimentos e experiências para serem produzidas. Neste sentido, o estudo abre possibilidades para se relacionar as trajetórias tecnológicas das patentes concedidas no país com o incrementalismo ou radicalismo na natureza das inovações que resultaram nos produtos ou processos analisados.
Este trabalho teve o objetivo de estudar a relação entre Educação à Distância (EAD), compreendida como aplicação da TI e vantagem competitiva, e o desempenho das IFES brasileiras. Tal estudo foi suportado pelas teorias de vantagem competitiva representadas pelo posicionamento (Porter 1989; 1990a; 2004) e visão baseada em recursos (Wernerfelt, 1984; Peteraf, 1993; Rumelt, 1991; Dierickx & Cool, 1989; Barney, 1991) e pelo enfoque pragmático de Powell (2001) que de forma divergente compreendem a relação entre desempenho sustentável e vantagem competitiva. Para examinar tal relação foram usados dados secundários obtidos do último Censo da Educação Superior divulgado em janeiro de 2011, do Portal e das Páginas da Transparência e do Ministério da Educação que foram submetidos à análise de regressão múltipla. O modelo obtido foi considerado significativo, porém os resultados apontaram para a confirmação da hipótese oriunda de Powell (2001) de que a TI entendida como vantagem competitiva – neste caso a EAD – não guarda relação significativa positiva com os indicadores de desempenho das IFES, em alguns casos. Tal resultado reforça, no caso das IFES e da EAD, o pressuposto de que vantagens competitivas não necessariamente estão aliadas ao desempenho (Powell, 2001) e que a TI precisa estar aliada a outros recursos para conseguir agregar valor (Powell & Micaleff, 1997), ao menos de acordo com os indicadores de desempenho utilizados neste trabalho.
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