Myracrodruon urundeuva Fr. All. (Anacardiaceae) é uma espécie arbórea nativa que apresenta excelentes propriedades físicas, químicas e biológicas. Entretanto, devido à exploração predatória, está na lista oficial das espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Este trabalho teve como objetivo estudar a germinação das sementes de M. urundeuva sob diferentes substratos e regimes de temperatura. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 8 x 7 (oito substratos - entre e sobre: papel mata-borrão, areia, vermiculita e pó de coco; sete temperaturas: 25, 27, 30, 35, 20-27, 20-30 e 20-35 ºC), com quatro repetições de 25 sementes cada. Avaliaram-se as seguintes características: germinação (%), primeira contagem (%), índice de velocidade de germinação, tempo médio de germinação (dias) e comprimento (cm) do hipocótilo e da raiz primária. Nas temperaturas constantes ocorreram os tempos médios menores de germinação de sementes e desenvolvimento maior do hipocótilo. As temperaturas de 25 e 27 ºC proporcionaram às sementes resultados satisfatórios de germinação em todos os substratos testados, com exceção do substrato entre papel a 27 ºC. Os substratos vermiculita e pó de coco permitiram bom desempenho germinativo e não exigiram reumedecimento diário, mostrando-se adequados para a avaliação da qualidade fisiológica de sementes de M. urundeuva.
O levantamento da regeneração natural das espécies arbóreas em diferentes toposseqüências foi realizado em uma área de aproximadamente 40 ha, localizada no Município de Viçosa, MG, que se encontra nas coordenadas 20º 45' S e 42º 55' W e está preservada desde 1965. A altitude, na área de estudo, apresenta uma cota mínima de 730 m e uma máxima de 870 m, sendo o solo predominante o Latossolo Vermelho-Amarelo álico, com vegetação de Floresta Estacional Semidecidual. Na amostragem de 1,0 ha foram locadas 40 subparcelas de 25 m² (5 x 5 m), em 40 parcelas de 10 x 25 m, utilizadas anteriormente em um levantamento fitossociológico das espécies adultas. Essas subparcelas estão distribuídas nas toposseqüências que apresentam áreas diferenciadas e o número de subparcelas foi proporcional à área. Plano (5,07 ha -5 subparcelas), encosta (13,2 ha - 15 subparcelas), ravina (17,28 ha - 17 subparcelas) e topo (2,43 ha - 3 subparcelas). Os indivíduos amostrados foram incluídos em três classes: a classe 1 contemplou indivíduos com altura (H) 1,0 < H < 2,0 m; a classe 2 com 2,0 < H < 3,0 m e a classe 3 com H > 3,0 m. O nível de inclusão foi de CAP < 15,0 cm. Foram amostrados 957 indivíduos, pertencentes a 30 famílias, 72 gêneros e 91 espécies, das quais 31 estavam representadas nas três classes de tamanho. Esse resultado permite dizer que, possivelmente, essas espécies estarão presentes na floresta futura. As espécies com melhor desempenho no que diz respeito à regeneração natural total por classe de altura foram: Psychotria sessilis, Siparuna arianeae, Anadenathera macrocarpa, Nectandra saligna, Piptadenia gonoacantha, Nectandra rigida, Bauhinia forficata, Psycotria carthagenensis, Miconia pusilliflora e Mollinedia floribunda. As espécies Psycotria sessilis e Siparuna arianeae, com 254 e 76 indivíduos, respectivamente, chamam a atenção por sua presença agressiva no processo de regeneração, por serem típicas do sub-bosque. Pela análise de correspondência realizada nas toposseqüências, foi visto que a ravina e o plano tiveram maior similaridade florística do que as demais, possivelmente pela semelhança, no que diz respeito ao ambiente.
O estudo foi desenvolvido no fragmento denominado Mata das Galinhas, situado no município de Catende - PE, na mesorregião da mata pernambucana, mais precisamente na microrregião da mata úmida, a 142 Km da capital, nas coordenadas 8º69'06"S e 35º69'08" W, com altitude média de 199m. O relevo varia, predominantemente, de ondulado a forte ondulado. Os solos predominantes são classificados como latossolo vermelho distrófico e nitossolo vermelho associado ao latossolo. A vegetação é de Floresta Ombrófila Densa. Neste estudo, objetivou-se avaliar a regeneração natural de espécies arbóreas no fragmento florestal e verificar a diversidade e a estrutura das espécies no mesmo. Para a estimativa da regeneração natural das espécies arbóreas, foram locadas, de forma sistemática, 16 subparcelas de 25 m² (5 x 5 m), no centro de 16 unidades amostrais permanentes de 250 m2 (10,0 x 25,0 m), para o estudo da fitossociologia da comunidade arbórea adulta, com um distanciamento de 50 m entre si. O nível de inclusão foi de CAP < 15 cm, e a medição de altura (h) foi dividida em classes, em que a classe 1 contemplou indivíduos com 1,0 < h < 2,0 m, a classe 2 com indivíduos 2,0 < h < 3,0 m e a classe, 3 indivíduos com h > 3,0 m. Foram realizados os cálculos da suficiência amostral e da diversidade. No fragmento, foram amostrados 194 indivíduos, pertencentes a 31 famílias botânicas e a 60 espécies arbóreas. Destas, 42 foram identificadas em nível de espécie; 4,em nível de gênero; 2, em nível de família; e 2, indeterminadas. As dez espécies com maiores valores para regeneração natural Total da População Amostrada (RNT) representaram 53,78%, estando assim distribuídas: Brosimum discolor Schott (9,98%), Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (9,19%), Eschweilera ovata (Cambess.) Miers (8,01%), Thyrsodium spruceanum Benth. (7,0%), Dialium guianense (Aubl.) Sandwith (5,44%), Erythroxylum squamatum Sw. (3,32%), Cupania revoluta Rolfe (3,16%), Sorocea hilarii Gaudich. (2,66%), Cordia nodosa Lam. (2,52%) e Tapirira guianensis Aubl. (2,50%). Tais espécies apresentaram capacidade de regeneração no fragmento, sendo que, no futuro, provavelmente, serão as principais responsáveis pela manutenção da estrutura e fisionomia da floresta. O índice de diversidade encontrado para o fragmento foi de 3,57 nats/ind.
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