Introdução: A Coronavirus Disease (COVID-19) apresenta variado espectro clínico em pacientes pediátricos e têm sido observado que crianças e adolescentes podem desenvolver a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIMP) após a infecção pelo SARS-CoV-2. Objetivo: Descrever o manejo da SIMP em crianças após infecção pelo SARS-CoV-2. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica da literatura nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed. Para a realização da busca, foram utilizados os descritores ”COVID-19”,”Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica”,”Criança”, “Inflamação”. Resultados: A SIMP é caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada com potencial lesão sistêmica. No geral possui bom prognóstico, porém alguns pacientes podem evoluir para quadros mais graves e até fatais com o desenvolvimento de disfunção pulmonar, cardiovascular, hematológica e renal. A partir da revisão realizada constatou-se a inexistência de diretrizes específicas, bem como de estudos comparativos avaliando os protocolos de tratamento desta patologia. A literatura mostra que a partir da suspeita ou confirmação da SIMP, tratam-se os sintomas específicos ou utiliza-se protocolos de enfermidades semelhantes, como a doença de Kawasaki. O uso de glicocorticoides, como Dexametasona e Metilprednisolona, é recomendado em pacientes com choque refratário e febre persistente, a fim de suprimir a resposta imune e controlar o estado inflamatório. O emprego de de imunomoduladores como o Infliximabe, Anakinra, Canacinumabe e Tocilizumabe age interferindo no sistema imunológico e é indicado principalmente em quadros clínicos graves ou que apresentam resistência ao tratamento inicial com imunoglobulina e pulsoterapia com corticoides. Em casos clínicos com sepse, a antibioticoterapia empírica deve ser instituída. Ainda não há comprovações de eficácia total dos fármacos para crianças contra o vírus, porém, em casos graves com infecção de SARS-CoV-2 ativa, considera-se o Remdsivir mediante atenção aos efeitos colaterais associados ao comprometimento da função renal. Conclusão: A equipe médica deve ser capaz de reconhecer a SIMP e tratá-la precocemente a fim de reduzir complicações e mortalidade. Uma vez que o manejo desta patologia ainda não está padronizado devido a baixa manifestação de casos e pelas variáveis acerca da resposta distinta do vírus, mais estudos são necessários a fim de estabelecer o tratamento mais adequado.
Este artigo teve como objetivo analisar, a partir de uma revisão narrativa de literatura, as evidências mais recentes sobre a ocorrência e manejo da Lesão Renal Aguda (LRA) em pacientes com Coronavirus Disease 2019 . A doença causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) tem como característica principal a insuficiência respiratória aguda. Entretanto, outras complicações importantes foram associadas a essa patologia, entre elas a LRA, que está associada a elevada taxa de mortalidade e pior prognóstico. A fisiopatologia do comprometimento da função renal pelo SARS-CoV-2 ainda não foi completamente elucidada, porém a presença de comorbidades e fatores como idade avançada e etnia afrodescendente estiveram associados à maior predisposição para disfunção renal nestes pacientes. Uma vez que não existem protocolos específicos para o tratamento da LRA em pacientes com COVID-19, as diretrizes convencionais para manejo da LRA estão sendo utilizadas, adaptando o tratamento em cada caso, desde o cuidado nos estágios iniciais até a Terapia Renal Substitutiva (TRS), se necessário. Assim, reforça-se a importância da detecção precoce do comprometimento da função renal, a fim de otimizar os desfechos clínicos e prognósticos para esses pacientes.
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