O leite materno é considerado pela comunidade científica um alimento completo, pois atende integralmente às necessidades nutricionais, metabólicas e imunológicas do lactente até os seis meses de vida. No entanto, os efeitos positivos sobre a saúde do lactente não se restringem ao período neonatal, à medida que os conhecimentos epigenéticos vinculam intrinsecamente os futuros padrões antropométricos e bioquímicos com o tempo de aleitamento materno exclusivo. Somado a isso, a obesidade é uma doença crônica multifatorial e poligênica que assola a saúde mundialmente. Essa conjuntura é preocupante pelo seu caráter epidêmico e por vincular-se intrinsecamente a graves disfunções metabólicas como dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Sabe-se que a carga genética é contribuinte para a suscetibilidade de desenvolvimento da obesidade, então, os Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNP) no gene FTO (Fat mass obesity-associated) revelam-se concatenados a alterações nos parâmetros antropométricos e bioquímicos. Contudo, o estudo, de caráter transversal, intentou avaliar se a amamentação e seus benefícios influenciariam o efeito do genótipo de risco do gene FTO e suas repercussões nos parâmetros antropométricos e bioquímicos de escolares. Assim, observou-se que a amamentação exclusiva por tempo ≤3 meses influencia significativamente o efeito da genotipagem da variante rs9939609 no gene e se diferencia entre os sexos na manifestação dos parâmetros antropométricos.
Índices globais de obesidade aumentaram exponencialmente nas últimas décadas. Sendo assim, a obesidade se tornou um motivo de preocupação na saúde pública. Além de fatores ambientais, a genética tem contribuído para essa condição. SNPs como rs182052 presente no gene ADIPOQ, rs6548238 no TMEM18 e rs16835198 no FNDC5 e as proteínas séricas adiponectina e irisina têm sido associados com aumento de parâmetros de adiposidade. A partir disso, o objetivo do estudo foi relacionar a presença desses polimorfismos e níveis séricos plasmáticos dessas proteínas com parâmetros antropométricos e bioquímicos. Estudo de caráter transversal, contou com participação de 500 escolares, com idades entre sete e 17 anos. A genotipagem dos SNPs foi realizada pelo qPCR. O tratamento dos dados deu-se por estatística descritiva, UNIANOVA ajustado por sexo e idade e Kruskal-Wallis. Escolares com excesso de peso portadores do genótipo CC para o polimorfismo rs6548238 no TMEM18 estiveram relacionados a maiores médias para colesterol total (p=0,021). Portadores dos genótipos AG+AA para o polimorfismo rs182052 no ADIPOQ foram associados com maiores médias para circunferência da cintura (p=0,042) e triglicerídeos (p=0,021). Indivíduos eutróficos com os genótipos GT e GG para o SNP rs16835198 no FNDC5 foram associados com maiores valores de IMC (p=0,033) e circunferência da Cintura (p=0,044). Níveis séricos de adiponectina e irisina não demonstraram associação com nenhuma variável estudada.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.