ResumoA proposta deste texto é fazer uma genealogia/desconstrução do corpo feminino, embasada nos pressupostos teóricos de Michel Foucault. Apresentamos diversas práticas discursivas e práticas não discursivas que construíram o corpo feminino através da história.Palavras chave: Corpo Feminino. Gênero. Discurso. Foucault. AbstractThe purpose of this paper is to genealogy / deconstruction of the female body , based on theoretical assumptions of Michel Foucault. We present various discursive practices and non-discursive practices that built the female body throughout history.Keywords: Feminine Body. Gender. Speech. Foucault. IntroduçãoNosso corpo tem muito pouco de nós mesmas. Ele é simplesmente um resultado de discursos e de práticas. Ele é, portanto, um efeito histórico. Para demonstrar os variados discursos e práticas que inventaram o corpo feminino (e o corpo masculino evidentemente, como o modelo perfeito) me utilizarei de quem gosto e que me fornecem ferramentas teóricas para análise -Michel Foucault e Jacques Derrida em seus conceitos de Genealogia e Desconstrução, problematizando a linguagem e os discursos.Apesar das diferenças entre estes dois autores, Foucault e Derrida com suas construções de Genealogia e Desconstrução, no contexto deste texto sobre a construção histórica do corpo feminino, exercem um papel pedagógico. Eles possibilitam analisar a história do corpo feminino e sua desqualificação histórica através das práticas Professora Visitante Sênior (Capes) na Universidade Federal de Dourados (UFGD) onde atua no PPG
Se a história política é uma coisa de homens, a história da ditadura militar no Brasil é a radicalização da invisibilidade do feminino. A mulher militante política, engajada em partidos políticos de oposição à ditadura, não era encarada como sujeito histórico, sendo excluída do jogo do poder. Apesar de tantas mulheres, juntamente com os homens, lutarem pela redemocratização do país, elas foram excluídas dos relatos históricos e das documentações sobre o período. A militante política cometia dois pecados aos olhos da repressão: de se insurgir contra a política golpista, fazendo-lhe oposição e de desconsiderar o lugar destinado à mulher, rompendo os padrões estabelecidos para os dois sexos. A repressão caracteriza a militante como “puta comunista”. Ambas são categorias desviantes dos padrões estabelecidos pela sociedade que enclausura a mulher no mundo privado e doméstico. A esquerda também não propiciava o debate sobre as relações de gênero, as questões femininas, porque havia uma contradição maior a ser resolvida: a oposição entre a burguesia e o proletariado. Isto reforçava o poder dos homens nas organizações. As questões feministas eram entendidas como divisionistas da luta principal.
Gênero e Direitos Humanos tem se demonstrado um problema de difícil solução nos últimos anos. A desigualdade de gênero é uma afronta à igualização proposta pelos Direitos Humanos desde a sua fundação no século XVIII. E esta desigualdade, o poder e o domínio de uns sobre outras tem também a sua história. A reivindicação de Direitos Humanos aplicados às mulheres ocorre porque até há pouco tempo não eram consideradas humanas, mas sim, filhas, esposas de humanos. Apesar disso, a questão de gênero, ou a reivindicação dos direitos humanos para as mulheres ainda está em construção. A violência contra as mulheres e contra os homossexuais, apresenta-se como um desafio a ser vencido para quem almeja uma sociedade mais justa e igualitária para todos e todas. O artigo busca analisar a conexão entre estudos feministas e de gênero e avaliar os sentidos e significados dessas categorias e a sua incidência na geração de mudanças legais e culturais orientadas à equidade de gênero e à expansão da cidadania das mulheres.
Este texto tem como proposta uma análise histórica da violência contra a mulher, como conseqüência do patriarcado, corporificado nos aparatos jurídicos que lhe deram legitimidade, longevidade e naturalização no corpo social. Além das Constituições brasileiras de 1824 e 1891 onde a mulher era desconsiderada como sujeito, o Código Civil de 1916 que instaurou o crime em defesa da honra, são aqui analisados. A violência contra a mulher é um problema de toda a sociedade. Se de um lado, o Brasil é um dos países mais avançados em relação às leis que tentam coibir e punir a violência, por outro lado, paradoxalmente, é o quinto país que mais mata mulheres no mundo.
A história da repressão durante a ditadura militar brasileira foi uma historia de homens e as relações de gênero estavam aí excluídas. Ousar adentrar o espaço público, privado, masculino foi o que fizeram muitas mulheres ao se engajarem nas diversas organizações clandestinas existentes no Brasil durante a ditadura militar. A mulher militante cometia dois pecados aos olhos da repressão: o de se insurgir contra a política golpista, fazendo-lhe oposição e de desconsiderar o lugar destinado socialmente á mulher, rompendo os padrões estabelecidos para os dois sexos. Faziam política, coisa de homens e invadiam o espaço público, lugar de homens. As próprias organizações de esquerda não propiciavam o debate sobre as relações eminino/masculino, sobre as questões femininas, porque havia uma contradição maior a ser resolvida: a oposição entre a burguesia e o proletariado. Isto reforçava o poder masculino dentro das organizações. A repressão tinha sempre como alvo o corpo feminino, não somente para torturar, mas para ameaçar, para humilhar. Caracteriza a mulher militante como “puta comunista”, ambas as categorias desviantes dos padrões estabelecidos pela sociedade, que enclausura a mulher no mundo privado e doméstico.
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