ResumoEste artigo busca conhecer, a partir do estudo das vozes, a percepção de alunos sobre o ensino não tradicional quando estão envolvidos em investigações científicas na sala de aula. Para a análise do discurso, o estudo das vozes constitui uma das dimensões investigativas possíveis e corresponde ao "dialogismo" de Bakhtin (1986), princípio segundo o qual nós sempre falamos com as palavras dos outros. A fala de um único sujeito constitui-se das muitas vozes convocadas por ele para compor o discurso. Na transcrição das entrevistas feitas com 27 alunos, encontramos seis vozes que evidenciam o que pensam os alunos sobre a inovação pedagógica a qual foram submetidos.Palavras-chave: Ensino de ciências. Investigações científicas. Análise do discurso.
Abstract
Estudantes de duas licenciaturas (Ciências da Natureza e Matemática) foram incentivados pelos docentes de uma disciplina de Mídia e Educação a conceber, montar e analisar máquinas de Rube Goldberg, de modo a verificar-se como estas podem ser usadas em contextos de ensino. Nas máquinas analisadas os estudantes conseguiram identificar 90% dos fenômenos da Física e 25% dos fenômenos da Química presentes e nenhum dos princípios matemáticos incluídos na sua estrutura. No entanto, do conjunto dos fenômenos científicos incluídos no funcionamento das máquinas, eles só conseguiram nomear parcialmente um. Estes resultados levaram os professores a pedirem aos estudantes para apresentarem as suas máquinas usando a terminologia e o vocabulário científico corretos. Nessa apresentação os estudantes apenas erraram a nomeação de dois fenômenos científicos, ficando explícito o impacto da pedagogização do exercício e do discurso dos professores (explicação usando terminologia e vocabulário científico e matemático correto) sobre as aprendizagens dos alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Teoria da Variação da Aprendizagem. Máquina de Rube Goldberg. Objeto de aprendizagem. Responsailidade instrutiva. Resposabilidade discursiva
Este estudo tem por objetivo avaliar, em termos comparativos, um conjunto de sete videoaulas que compõem a disciplina "Diversidade e Evolução dos Vertebrados" disponibilizadas no portal e-Aulas da Universidade de São Paulo. Nessa análise foram usados a Teoria Cognitiva de Aprendizagem Multimídia (TCAM) e o Modelo de Elementos da Análise do Discurso (MEAD). Para este estudo é descritivo e usa uma metodologia de coleta de dados qualitativa com alguns indicadores quantitativos. Em geral, usando qualquer um dos modelos, as videoaulas analisadas apresentam problemas sistemáticos quer ao nível do uso de imagem e som, quer ao nível dos diferentes elementos incluídos no processo comunicacional, o que implica que eles podem não contribuir para um resultado satisfatório na aprendizagem. Dentre os problemas identificados destaca-se a aleatoriedade da ordem das videoaulas e a falta de temáticas imprescindíveis para a compreensão da Evolução dos Vertebrados. Observou-se que uma boa parte dos pressupostos cognitivos da TCAM e os princípios de emoção e discurso contemplados no MEAD estão ausentes ou não são respeitados, o que compromete seriamente a capacidade das videoaulas analisadas se constituírem como boas ferramentas de aprendizagem.Palavras chave: Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia, Modelo de Elementos da Análise do Discurso, videoaulas, avaliação de videoaulas.
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