Resumo Treinamento especializado, provimento e fixação de profissionais na Atenção Primária à Saúde são desafios prementes no Brasil. A recente expansão dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade coexiste com lacunas na literatura sobre o efeito deste processo. O objetivo do trabalho é explorar a perspectiva do gestor municipal de saúde acerca das estratégias para o fortalecimento das residências e do papel destas na formação profissional e na qualificação da atenção. Trata-se de um estudo de análise quantitativa e qualitativa, com aplicação de questionário a gestores de municípios cenários destes programas. As respostas de 48 sujeitos foram submetidas a estatística descritiva e análise de conteúdo. Os resultados revelam um esforço em incorporar o Médico de Família e Comunidade na rede de atenção à saúde, uma percepção do potencial das residências no incremento da qualidade da atenção e da formação profissional e fragilidades nas ações para melhoria da estrutura e organização dos serviços com residentes. Vislumbra-se assim o potencial das residências para a superação de problemas históricos da Atenção Primária à Saúde brasileira, se atrelada a ações de fortalecimento do serviço, dos recursos humanos e do próprio programa.
OBJETIVO Caracterizar o perfil sociodemográfico e analisar as características migratórias dos integrantes dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade em 2020 no Brasil. MÉTODOS O estudo segue um delineamento observacional transversal de natureza quantitativa a partir da perspectiva dos integrantes dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade. Foram desenvolvidos questionários adaptados para cada grupo participante, aplicados por meio de plataforma on-line. RESULTADOS A maioria dos participantes é do sexo feminino e de cor branca. A maioria dos supervisores e preceptores foi residente de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade, contudo, há alguns que não são especialistas na área. A maior parte dos participantes está vinculada às capitais ou regiões metropolitanas. Em relação à fixação, 41,1% dos supervisores e 73,1% dos preceptores estão vinculados a um programa no mesmo município onde foram residentes. Para a maioria dos médicos residentes, o local da residência coincide com o local de nascimento e/ou graduação (57,4%), sendo que 48,5% estão no mesmo local de graduação. CONCLUSÕES A pesquisa reforça a necessidade de políticas de promoção da migração de residentes para Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade fora das capitais e regiões metropolitanas, bem como estimula a fixação dos egressos formados fora dos grandes centros urbanos para que eles possam contribuir com a distribuição e com o provimento de médicos onde ainda é necessário.
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