OBJETIVO: Descrever a prevalência de síndrome metabólica em amostra ambulatorial de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade segundo critérios propostos pela literatura para sua definição. MÉTODOS: Estudo descritivo observacional transversal com 74 crianças e adolescentes, entre seis e 17 anos, selecionados para participarem de um estudo de intervenção, no qual foram coletados dados antropométricos (peso, estatura, índice de massa corporal e circunferência da cintura), laboratoriais (perfil lipídico e glicemia), além de pressão arterial. A prevalência de síndrome metabólica foi determinada pelas quatro propostas mais frequentemente adotadas em uma revisão sistemática sobre o tema (SM1 a SM4), sendo obtidas as diferenças de proporções, com nível de significância de 0,05. RESULTADOS: A prevalência de síndrome metabólica variou de 55,6% (IC95% 43,4-67,1%) a 74,0% (IC95% 62,2-83,2%) de acordo com as propostas escolhidas, sendo mais elevada quando os pontos de corte eram mais sensíveis. O uso do índice de massa corporal como critério antropométrico não comprometeu, de forma significativa, o diagnóstico de síndrome metabólica. Apesar da variação, a prevalência encontrada foi elevada, atingindo, simultaneamente, por todas as propostas, 52,7% da amostra. As anormalidades mais observadas foram obesidade abdominal e hipertrigliceridemia e, a menos observada, foi a hiperglicemia. CCONCLUSÕES: As alterações metabólicas investigadas foram prevalentes em toda a amostra e o excesso de peso parece ter sido fator determinante no quadro descrito. Esse fato denota a importância do diagnóstico precoce e do monitoramento dessa população com o intuito de reduzir o risco de desenvolvimento de comorbidades cardiovasculares na vida adulta jovem.