Em seis pacientes (54,5%), a perfuração era no esôfago cervical, quatro (36,4%) no torácico e um (9,1%) no abdominal. A etiologia da lesão foi corpo estranho em cinco casos, arma branca em dois e os outros foram por arma de fogo, dilatação endoscópica, ingestão de substância cáustica e trauma contuso. Diagnóstico e tratamento nas primeiras 24 horas ocorreu em três (27,3%) pacientes e após 24 horas em oito casos (72,7%). O tratamento conservador foi instituído para dois (18,2%), que evoluíram bem e o cirúrgico para nove (81,9%), dentre os quais houve dois óbitos. Conclusão: a perfuração esofágica é grave, mas um tratamento precoce e adequado pode resultar na sobrevida da maioria dos pacientes (Rev. Col. Bras. Cir. 2008; 35(5): 292-297 INTRODUÇÃOAs lesões traumáticas do esôfago apresentam baixa prevalência, porém, alto índice de letalidade principalmente quando seu diagnóstico é tardio. A localização anatômica do esôfago, conferindo-lhe proteção aos agravos externos, justifica a pequena incidência das perfurações desse órgão 1 . Em 6.000 lesões torácicas de grande porte observadas durante a segunda guerra mundial, Coréia e Vietnam, foram diagnosticadas somente 18 lesões esofagianas 2 . A causa mais comum de perfuração esofágica é a perfuração iatrogênica secundária a procedimentos endoscópicos diagnósticos e terapêuticos. Outras etiologias são ruptura espontânea, trauma, ingestão de corpo estranho e, mais raramente, tumores, ingestão de substâncias cáusti-cas, esofagite severa, lesão por medicamento retido e intubação endotraqueal difícil [3][4][5] Existe uma relação direta entre mortalidade e tempo transcorrido entre o momento da perfuração e o diagnóstico. A mortalidade de 10% a 25% é encontrada quando o tratamento é instituído nas primeiras 24 horas e chega a 40 a 60% quando o tratamento é realizado após as 24 horas 1,3 . O avanço tecnológico e melhor suporte peri e pós-operatório aos pacientes críticos têm contribuído para a obtenção de melhores resultados no tratamento das perfurações esofágicas, gerando uma redução da mortalidade nas últimas décadas 5 . Este estudo tem por objetivo fazer uma análise de 11 casos de perfuração esofágica. MÉTODOEste é um estudo retrospectivo de 11 pacientes com perfuração esofágica, atendidos no Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas em Teresina-PI. Todos os casos foram conduzidos pelo autor deste estudo. As causas das lesões foram corpo estranho (cinco), arma de fogo (um), arma branca (dois), procedimento endoscópico (um), ingestão de substân-cia cáustica (um) e trauma contuso (um). Três pacientes foram tratados até 24 horas após o trauma (tratamento precoce) e oito pacientes tiveram seu diagnóstico e instituição do tratamento em períodos de um a 23 dias de evolução (tratamento tardio). Dois pacientes foram conduzidos de forma conservadora e nove foram submetidos a procedimento cirúrgico. RESULTADOSAs localizações das lesões foram seis (54,5%) em esôfago cervical, quatro (36,4%) em esôfago torácico e um (9,1%) em esôfago abdominal. Das seis perfurações em esôfago cervical,...
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