Resumo Os Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps AD) ofertam atenção no Sistema Único de Saúde às pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas, a partir de inovações associadas à inclusão da atenção psicossocial e da redução de danos em sua concepção de atenção. Buscando compreender como têm sido desenvolvidas as práticas desses serviços, bem como a lógica de atenção que adotam, realizamos uma pesquisa, de abordagem qualitativa, que envolveu observação participante, entrevistas semiestruturadas com gerentes e grupos focais com usuários, familiares e trabalhadores em três Caps AD, localizados no município de Belo Horizonte-MG. Constatamos que estes serviços priorizam práticas que produzem acolhimento, vínculos sociais e atenção aos comprometimentos de saúde. Adotam a redução de danos, a atenção psicossocial e o cuidado como lógica de atenção. Realizam a atenção em serviços abertos, porém com pouca articulação com os recursos comunitários e territoriais. A pesquisa permitiu compreender que os Caps AD realizam práticas coerentes com as inovações propostas, que buscam ampliar as possibilidades de vida das pessoas que usam drogas.
O artigo apresenta reflexões a partir da experiência da Oficina de Educação Popular em Saúde Mental, realizada pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A partir do registro da experiência, buscou-se enfatizar os diálogos e as trocas efetivadas entre os sujeitos, as instituições, os saberes e as práticas de saúde. As reflexões apontam para as contribuições da educação popular em saúde no diálogo entre campos de saberes e práticas na construção de linhas de cuidado em saúde mental que envolvam os assentamentos e acampamentos do MST e o Sistema Único de Saúde.
Proposições de modificação da Atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) às pessoas que usam drogas têm desconsiderado suas necessidades, demandas e expectativas. A partir de contribuições da Saúde Coletiva, buscou-se compreendê-las por meio de pesquisa qualitativa que envolveu entrevistas semiestruturadas, grupos focais e observação participante em Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD). Constatou-se que os usuários se dirigem aos serviços não apenas para interromper o consumo de drogas, mas também para reduzi-lo, para receber atenção em relação a comprometimentos orgânicos ou psíquicos, construir laços sociais, ter acesso a condições básicas de vida e conquistar autonomia. A pesquisa, ao ampliar as compreensões sobre as demandas, necessidades e expectativas das pessoas que usam drogas, apresentou contribuições para a análise e redefinição das práticas e do modelo de atenção adotados no SUS.
No Sistema Único de Saúde, entre os anos 2002 e 2016, esforços foram realizados para implantar serviços de atenção às pessoas que usam drogas, dentre eles, os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) que adotam a Atenção Psicossocial e a Redução de Danos em seu modo de atenção. Neste estudo, buscamos analisar as contribuições que estes serviços têm produzido às pessoas atendidas, partindo do pressuposto de que tais contribuições não se restringem à produção da abstinência. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa que envolveu a realização de três grupos focais com usuários e 120 horas de observação participante em três Caps AD de Belo Horizonte, em Minas Gerais, nos anos 2016 e 2017. Os usuários dos Caps AD destacaram como contribuições dos serviços: a produção de laços sociais, o acesso a serviços de saúde e a direitos sociais básicos e a promoção de modos de gestão do consumo de drogas coincidentes ou não com a abstinência. Concluímos que as contribuições destacadas pelos usuários dos Caps AD são coerentes com as proposições do modo de atenção destes serviços, não se restringem à interrupção do consumo de drogas e podem ser associadas à ampliação das possibilidades de saúde e de vida das pessoas que usam drogas.
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