Este trabalho tem como principal objetivo avançar na construção de metodologias que possibilitem a avaliação qualitativa de data sets publicados através das políticas de Dados Abertos, tendo como princípio analítico averiguar se os dados cumprem com parâmetros normativos que possibilitem sua devida apropriação social. Neste sentido, o corpus analisado se concentrou nos datasets do governo federal brasileiro publicados no Portal Brasileiro de Dados Abertos. Foram estudados 715 datasets de todos os órgãos com status de ministério, o que implicou na checagem de um total de 2.743 arquivos (conteúdos-bases), dos quais foram efetivamente encontrados e analisados 1.860 arquivos. Metodologicamente, o estudo foi executado em duas frentes: a análise qualitativa externas dos arquivos, observando suas condições e padrões de publicação e análise qualitativa interna, verificando os arquivos em si, abrindo e observando-os individualmente. Verificou-se a consistência de três dimensões normativas: (a) inteligibilidade; (b) operacionalidade e (c) interatividade. O estudo demonstrou que grande parte dos datasets tem problemas de inteligibilidade; detectou-se que 21% dos datasets anunciados como "publicados" não possuem, de fato, arquivos disponíveis para download (links quebrados). Outros problemas também foram detectados, tais como lacunas de dados, falta de padronização e formatos, e insuficiência nos indicadores de interatividade.
This paper proposes a critical reflection on the epistemological, methodological and theoretical implications of the researches based on Big Data -especially on social media data -for the scientific field of communication. From an epistemological point of view, it reveals the unsustainability of analytical models based on static frameworks of communication, claiming that the sociasl processes that emerge with the influence of the internet are unequivocally presented in fluid and contingent formats. In this context, it highlights that the evolution of technology itself has the potential to boost the construction of data collection and analysis tools capable of grasping the communication movements, justifying the need for alignment between ontology, epistemology and methodology in scientific research. The text, also, poses questions about communication theory and its concepts. It is believed that the relevance acquired by data in recent years should not point to a domain of the empirical over the theoretical. Effectively, the strengthening of the communication science demands precision and care with the use of terms, models and theoretical references historically consolidated in the problematization and explanation of the contemporary. KeywordsBig Data; communication theory; epistemology; social media ResumoO artigo propõe uma reflexão crítica sobre as implicações epistemológicas, metodoló-gicas e teórico-conceituais das pesquisas baseadas no Big Data -especialmente em dados de mídias sociais -para o campo científico da comunicação. Do ponto de vista epistemológico, revela a insustentabilidade de modelos de análise baseados em enquadramentos estáticos da comunicação, alegando que os processos sociais que emergem com a influência da internet apresentam-se, inequivocamente, em formatos fluidos e contingentes. Nesse âmbito, destaca que a própria evolução da tecnologia tem condições de impulsionar a construção de ferramentas de coleta e análise de dados capazes de apreender os movimentos comunicacionais, fazendo jus à necessidade de alinhamento entre ontologia, epistemologia e metodologia na pesquisa cientí-fica. O texto, ainda, problematiza questões relativas à construção teórico-conceitual da comunicação. Acredita-se que o relevo adquirido pelos dados, nos últimos anos, não deve apontar para um domínio do empírico sobre o teórico. Efetivamente, o fortalecimento da ciência da comunicação passa pela precisão e pelo cuidado com o uso de termos, modelos e referências teóricas historicamente consolidados na problematização e explicação do contemporâneo. Palavras-chaveBig Data; epistemologia; mídias sociais; teoria da comunicação
O artigo propõe uma reflexão crítica sobre as implicações epistemológicas, metodológicas e teórico-conceituais das pesquisas baseadas no Big Data – especialmente em dados de mídias sociais – para o campo científico da comunicação. Do ponto de vista epistemológico, revela a insustentabilidade de modelos de análise baseados em enquadramentos estáticos da comunicação, alegando que os processos sociais que emergem com a influência da internet apresentam-se, inequivocamente, em formatos fluidos e contingentes. Nesse âmbito, destaca que a própria evolução da tecnologia tem condições de impulsionar a construção de ferramentas de coleta e análise de dados capazes de apreender os movimentos comunicacionais, fazendo jus à necessidade de alinhamento entre ontologia, epistemologia e metodologia na pesquisa científica. O texto, ainda, problematiza questões relativas à construção teórico-conceitual da comunicação. Acredita-se que o relevo adquirido pelos dados, nos últimos anos, não deve apontar para um domínio do empírico sobre o teórico. Efetivamente, o fortalecimento da ciência da comunicação passa pela precisão e pelo cuidado com o uso de termos, modelos e referências teóricas historicamente consolidados na problematização e explicação do contemporâneo.
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