A resposta da vegetação é um dos indicadores utilizados na avaliação da dinâmica da Seca no Nordeste do Brasil (NEB), muito recorrente nos últimos vinte anos. Neste trabalho, o objetivo geral foi diagnosticar a precipitação e Enhanced Vegetation Index (EVI) em dois eventos de seca no NEB. Foram utilizados dados de acumulados mensais de precipitação e de EVI mensal, durante os anos de 2011-2012 (La Niña) e 2015-2016 (El Niño), para avaliar estes eventos de seca. No La Niña de 2011-2012, o padrão anômalo no Oceano Atlântico Tropical favoreceu a irregularidade e nos baixos índices de precipitação sobre o NEB. Este efeito é constatado principalmente no Semiárido, com valores de precipitação inferiores a 25 mm.mês-1. O EVI apontou diminuição na perda de biomassa entre os meses de março a setembro nessa região, com valores inferiores a 0,3, provocados pela estiagem. Durante o El Niño de 2015-2016, houve um acréscimo sutil na precipitação em relação ao La Niña de 2011-2012, principalmente no mês de janeiro. Em janeiro, os sistemas frontais desprendidos da Zona de Convergência do Atlântico Sul, e também, de uma tempestade tropical contribuíram para precipitação expressiva na região, em especial no Semiárido, que registrou valores superiores a 350mm. Esta precipitação contribuiu para o aumento do teor vegetativo nesse período, com valores de EVI entre 0,2 a 0,5, que minimizou os efeitos da seca. Concluiu-se que os dois eventos apresentaram forte irregularidade na precipitação que resultou na expansão e agravamento das estiagens, principalmente no Semiárido.
Neste estudo foram analisadas as formações vegetais em Angola levando em consideração dois níveis de classificação, o de fitofisionomia (N1) e o de uso e cobertura da terra (N2). Além disso, foi analisado através de parâmetros estatísticos zonais o comportamento da distribuição espacial e temporal da fenologia da vegetação por um período de 18 anos levando em consideração algumas características físicas como o relevo, índices de vegetação (EVI), evapotranspiração normalizada (ETn) e precipitação. As séries temporais foram processadas para se extrair as métricas fenológicas do início, fim e comprimento, taxas de rebrota e senescência da vegetação. Os resultados permitiram observar grande heterogeneidade na representação das métricas fenológicas, pela qual, foi possível caracterizar os diferentes tipos de vegetações. As áreas representadas por vegetação nativa como florestas, savanas e formações de estepes apresentaram maiores áreas se comparadas com as restantes classes como solo exposto, água e deserto no nível N1, e dunas arenosas, corpos d´água e agricultura no nível N2. As estações chuvosas, apresentaram influência tanto na ETn como na duração da estação do crescimento da vegetação, mas com uma alta variabilidade espaço-temporal. No entanto, as classes de vegetação nativa tanto em N1 como em N2 mostraram uma resposta do início do aumento do verdor mais rápido após o início das chuvas, quando comparadas por exemplo com outras classes de vegetação antropizadas. Portanto, a partir deste estudo é possível entender como se dá a distribuição espacial da vegetação em Angola e entender como diversos fatores ambientais contribuem para a sua explicação.Palavras-chave: Métricas fenológicas, Classificação, Séries temporais, Sazonalidade.Spatial-temporal analysis of the vegetation phenology, precipitation, and evapotranspiration in Angola based on orbital remote sensing images A B S T R A C TThis study analyzed different vegetation formations in Angola, considering two classification levels: phytophysiognomy (N1) and land use and cover (N2). In addition, the spatial and temporal vegetation phenology behavior was analyzed through zonal statistical parameters, taking into account some physical characteristics such as relief, precipitation, vegetation indices (EVI), and normalized evapotranspiration (ETn). The time series were processed to extract the phenological metrics of the vegetation's beginning, end, length, regrowth, and senescence. The results allowed us to observe significant heterogeneity in the representation of the phenological metric, by which it was possible to characterize the different vegetation formations in Angola. Areas represented by native vegetation such as forests, savannas, and steppe had larger areas than the other classes, such as exposed soil, water, desert at the N1 level, sandy dunes, water bodies, and agriculture at the N2 level. The rainy seasons influenced the duration of the ETn and vegetation growth but with high spatiotemporal variability. However, the native vegetation classes in both N1 and N2 showed a faster response of the greenness increase after the rains when compared, for example, with other anthropized vegetation classes. Therefore, it is possible to understand how the vegetation's spatial distribution occurs in Angola and to understand how several environmental factors contribute to its explanation.Keywords: Phenological metrics, Classification, Time series, Seasonality.
A alta letalidade da COVID-19 traz evidente a necessidade da identificação dos potenciais grupos de risco da doença. A disseminação da COVID-19 pode ser melhor compreendida com estudos epidemiológicos combinados com avaliações socioeconômicas das populações afetadas. O objetivo desta pesquisa foi usar análise espacialmente explicitas para analisar a influência de atributos socioeconômicos e de saúde na disseminação viral de COVID-19 no estado de Minas Gerais por meio de regressões múltiplas e espaciais. Os dados socioeconômicos foram coletados na plataforma do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, e posteriormente, foram construídos modelos de regressão incluindo modelos de erro espacial “spatial error models” (SEMs) e de defasagem espacial “spatial lag models” (SLMs) para as variáveis número de casos “Cases” e óbitos “Deaths” por COVID-19. Para as condições socioeconômicas e pandêmicas encontradas no estado de Minas Gerais, o SEM adequou-se melhor para variável dependente ‘Cases’ e o SLM para a variável dependente ‘Deaths’. Os resultados mostram que municípios com maior longevidade, infraestrutura urbana municipal, e menor fluxo de pessoas em transportes públicos apresentam menores ocorrências de óbitos por COVID-19. Este trabalho fornece subsídios a políticas de mitigação de risco de pandemia e melhor gerenciamento de recursos médicos.
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