RESUMO -O envolvimento do sistema nervoso central na paracoccidioidomicose vem ganhando importância dentro do espectro de manifestações clínicas da doença. O primeiro registro na literatura de que o Paracoccidioides brasiliensis seria também capaz de comprometer órgãos do sistema nervoso central foi descrito em 1919 por Pereira & Jacobs; desde então muitos outros estudos têm demonstrado esta forma de apresentação clínica, sendo que em alguns sua frequência atinge os 27,27%. Descrevemos o caso de uma paciente de 34 anos, residente em Juiz de Fora-MG, admitida com quadro clínico compatível com pneumonia e que durante a internação iniciou sintomatologia cerebelar (náuseas, vômitos, ataxia de marcha e dismetria). A tomografia computadorizada de crânio revelou lesão cerebelar sugestiva de abscesso. O tratamento proposto baseou-se na exerese cirúrgica da lesão e, como a anátomo-patologia mostrasse presença de leveduras em gemulação múltipla ("roda de leme de navio"), diagnóstico de neuroparacoccidioidomicose pôde ser firmado, e o tratamento complementado pela associação de sulfametoxazol-trimetoprim. A paciente evoluiu bem, persistindo discreta paresia e hipoestesia em membro superior direito. PALAVRAS-CHAVE: paracoccidioidomicose, sistema nervoso central, neuroinfecção. Paracoccidioidomycosis of the central nervous system: case reportABSTRACT -The involvement of the central nervous system in paracoccidioidomycosis is more frequent than previously thought. The first reference to the possibility that Paracoccidioides brasiliensis could affect the central nervous system was by Pereira & Jacobs in 1919. Since then, a great number of other studies has showed this form of clinical behavior and, in some of them, the frequency has ranged 27.27%. We report a clinical case of a 34-year-old white Brazilian woman admitted because of bacterial pneumonia. In the sixth day of admission, the patient developed cerebellar symptomatology with nausea, vomiting, dysmetria and gait disturbance. Central nervous system computer tomographic scanning disclosed a hypodense lesion in the right cerebellar hemisphere. The patient was submitted to surgery with total excision of the lesion. Histopathological examination confirmed the diagnosis of neuroparacoccidioidomycosis. Coadjuvant treatment with sulfamethoxazole-trimetoprim was introduced. The patient had a good outcome and was discharge 30 days after surgery.KEY WORDS: paracoccidioidomycosis, central nervous system, neuroinfection.A paracoccidioidomicose é doença sistêmica causada por um fungo dimórfico: o Paracoccidioides brasiliensis. Embora alguns casos isolados tenham sido relatados na América do Norte e Europa , a infecção predomina na América do Sul. No Brasil, onde sua prevalência é maior 1 , observa-se maior incidência nos estados de São Paulo e Minas Gerais 2 . A micose é adquirida através da inalação de conídeos e manifesta-se, principalmente, pelo acometimento mucocutâneo e pulmonar,
O papel da craniotomia descompressiva (CD) no tratamento da hipertensão intracraniana (HIC) refratária ainda não está estabelecido na literatura. Atualmente é recomendada como opção, pois há deficiência de trabalhos classe I ou II que suportem seu emprego. Trabalhos recentes têm avaliado a eficácia da CD quando aplicada precocemente no tratamento da HIC pós traumática. No presente trabalho analisam-se 21 pacientes nos quais a CD foi realizada precocemente. A maioria dos pacientes apresentava traumatismo cranioencefálico grave (Escala de coma glasgow <9) e tomografia de crânio evidenciando tumefação cerebral (brain swelling) ou hematoma subdural agudo. A principal complicação inerente à técnica foi a hidrocefalia (28,5%). Boa reabilitação social ocorreu em 11 pacientes (52,5%). Parece que a CD, quando realizada precocemente, é eficaz no tratamento da HIC refratária, ressaltando-se ainda a necessidade de estudos classe I e II que suportem esta opinião.
RESUMO -Meningoceles intra-sacrais são lesões raras, que podem determinar sintomas de compressão radicular. Descrevemos o caso de uma paciente de 18 anos, com queixa de incontinência urinária, acometida por esta patologia. Após avaliação neuro-urológica e estudo uro-dinâmico, foi demonstrada arreflexia do detrusor, sendo aventada a hipótese de disrafismo espinhal. O diagnóstico de meningocele intra-sacral oculta foi evidenciado através de ressonância magnética. A paciente foi submetida a abordagem cirúrgica com boa recuperação pós-operatória. No presente artigo, é feita breve revisão da literatura, e são discutidas as apresentações clínicas possíveis, os achados neuro-radiológicos e o tratamento cirúrgico. PALAVRAS-CHAVE: coluna, cirurgia, meningocele intra-sacral. Occult intrasacal meningocele: case reportABSTRACT -Intrasacral meningoceles are rare conditions that can cause symptoms of nerve root compression. We report a case of a 18-year-old female, who presented with urinary incontinence. The neurological and urological evaluation revealed lack of detrusor muscle reflex. This finding supported the hypothesis of spinal disraphism. Magnetic resonance image revealed an intrasacral meningocele. The patient was submitted to surgical excision of the lesion without postoperative complications. In the present paper, the pathogenesis, clinical picture, neuroradiological findings and surgical treatment are discussed. O termo meningocele intra-sacral oculta foi utilizado pela primeira vez na literatura por Enderle (1932) 1 , para descrever uma dilatação meníngea intra-sacral, identificada à mielografia. Embora considerado inadequado por alguns autores 2-6 , seu uso foi consagrado para definir lesões císticas intra-sacrais compostas de tecido fibroso semelhante a duramáter, geralmente acompanhado pela aracnóide, ocupando o canal sacral dilatado e ligado à extremidade do saco dural por trajeto fistuloso que, usualmente, permite fluxo livre de líquido cefaloraquidiano (LCR) [5][6][7] . Vários sinônimos têm sido utilizados para definir esta mesma lesão: meningocele intrasacral oculta 3,4,[8][9][10][11][12] , cisto intra-sacral 4,6,9 , cisto intraespinhal sacral 9 , expansão do espaço subaracnóideo 3,4,6,9 , cisto extradural meníngeo com ausência de fibras nervosas 7,9,12 , meningocele intra-sacral 2,4,9,10,12 . Mais frequentemente, a lesão torna-se sintomática na idade adulta, sugerindo crescimento lento após o nascimento 2,4,10 . A compressão radicular pelo cisto parece ser a causa dos sintomas, determinando dor lombar baixa, eventualmente com irradiação no trajeto radicular. Os fatores compressivos ou displásicos incidentes na região pélvica que prejudicam a função neural autonômica, produzem o complexo sintomático, podendo ocorrer disfunção vesical e disfunção erétil [2][3][4]7,8,10,11 . A estocagem e eliminação periódica da urina deve-se à complacência ou contração da bexiga, à função dos esfincteres externo e interno e à contração da musculatura da uretra e do assoalho pélvico. A motilidade da bexiga é controlada pelo ...
-Extradural hematoma (EDH) is a frequent lesion, with an incidence varying from 0.2 to 6% in patients admitted to hospital due to traumatic head injury. The higher incidence is found in patients with more severe injuries. The association of EDH with subperiosteal intraorbital hematomas is rarely reported, and we were not able to find in the literature any report of traumatic bilateral intraorbital hematomas and EDH. We report this case of a 32 year-old man with bilateral intraorbital (subperiosteal) hematoma associated with unilateral EDH. The lesions were treated surgically, but unfortunately with an unfavorable outcome.KEY WORDS: extradural hematoma, head trauma, orbital hematoma. Hematoma intraorbitário bilateral traumático associado a hematoma epidural: relato de casoRESUMO -Hematomas epidurais (HE) são lesões frequentes, com incidência entre 0,2 a 6% em pacientes internados após traumatismo cranioencefálico, sendo a maior incidência associada a pacientes portadores de traumas mais graves. A associação entre o HE e o hematoma intraorbitário é rara, sendo que não conseguimos encontrar na literatura nenhum relato de HE e hematoma intraorbitário bilateral. Relatamos o caso de um paciente de 32 anos com HE associado a hematoma intraorbitário bilateral, tratados cirurgicamente. PALAVRAS-CHAVE: hematoma epidural, hematoma intraorbitário, traumatismo cranioencefálico.
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