Fundamento: A reperfusão miocárdica é parte fundamental do tratamento para infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMCSST) e é responsável por reduzir morbimortalidade no paciente acometido. No entanto, as taxas de reperfusão são geralmente mais baixas e as taxas de mortalidade mais altas em mulheres que em homens. Objetivos: Avaliar a prevalência do uso de terapias de reperfusão em mulheres e homens com IAMCSST nos hospitais com capacidade para realizar intervenção coronariana percutânea (ICP) no estado de Sergipe. Métodos: Trata-se de estudo transversal que utilizou dados do Registro VICTIM. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de IAMCSST admitidos nos quatro hospitais com capacidade para realizar ICP no estado de Sergipe, sendo um público e três privados, no período de dezembro de 2014 a junho de 2018. Foi aplicada análise multivariada com modelo ajustado utilizando mortalidade como variável dependente. Em todas as análises, o nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: Foram incluídos 878 voluntários com diagnóstico confirmado de IAMCSST, dos quais 33,4% eram mulheres. Apenas 53,3% dos pacientes foram submetidos à reperfusão miocárdica (134 mulheres versus 334 homens). A fibrinólise foi realizada somente em 2,3% de todos os pacientes (1,7% das mulheres versus 2,6% dos homens; p=0,422). Nas mulheres, a taxa de ICP primária foi menor (44% versus 54,5%; p=0,003) e a mortalidade hospitalar foi maior (16,1% versus 6,7%; p<0,001) que nos homens.Conclusões: As mulheres apresentam taxas significativamente menores de ICP primária e significativamente maiores de mortalidade hospitalar que os homens. A taxa de reperfusão em ambos os gêneros foi baixa e houve nítida subutilização de agentes trombolíticos.
Objetivo: Analisar a carga de fatores de risco cardiovasculares e mortalidade entre homens e mulheres diagnosticados com IAMCSST no estado de Sergipe. Método: Estudo transversal, quantitativo, desenvolvido entre dezembro/2014 e março/2017. Os dados foram coletados nos hospitais de Sergipe, com instrumento próprio, informação dos prontuários e entrevistas. A análise foi feita com o teste de Person e o teste t de Student. Parecer do comitê de Ética e Pesquisa da UFS nº 483.749. Resultados: Do total de pacientes analisados no estudo (707), foi identificado que as mulheres tiveram idade superior (p = 0,035). A hipertensão arterial sistêmica (p = 0.001) e a dislipidemia (p<0,001) foram mais frequentes nas mulheres e o tabagismo, nos homens (p = 0,592). A mortalidade foi maior no sexo feminino que no masculino (p = 0,027). Conclusão: Conhecer o perfil clínico-epidemiológico e fatores de risco possibilita intervir precocemente e estimular a eficácia do tratamento em ambos os sexos.
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