As lesões em bifurcação, quando abordadas exclusivamente pela ATC convencional por balão, mesmo com os vários tipos de técnicas hoje existentes, apresentam índices de oclusão de um dos ramos, superior a 10%, e alta probabilidade de reestenose 1,2 . A utilização de implante de stents, em ambos os lados da bifurcação, tem como vantagens uma maior estabilização imediata da lesão, possibilitando uma maior expansão da luz de ambos os vasos. Descrevemos dois casos de implante de stents em bifurcações de coronária descendente anterior (DA) com a artéria diagonal (DI), utilizando duas técnicas diferentes de implante.Caso1 -Homem de 62 anos, com quadro de angina instável, evidenciando na cinecoronariografia lesão concêntrica importante (80%), em segmento médio de DA, na bifurcação com um longo e calibroso ramo diagonal que exibia lesão excêntrica e irregular (90%) no óstio ( fig. 1A). A coronária direita não apresentava lesões obstrutivas e o ventrículo esquerdo (VE), apenas, leve hipocinesia ântero-apical.Foram adotadas as medicações de rotina pré procedimento e utilizado cateter-guia 8FJL4, big-max (Scimed), pela via femoral direita. Colocaram-se duas cordas guias 0,014 extra-support (ACS), uma em cada artéria, e procedida a dilatação da lesão da DI com balão 3,0x20 express supra (Scimed), obtendo-se resultado insatisfatório com discreta linha de dissecção, sem alterar o fluxo distal. Foi decidido, então, pelo implante de stent nesse local, porém, abordando primeiramente a lesão da DA, considerada como o vaso principal, em importância anatomofuncional. Optou-se por um stent tipo coil que permitisse o acesso à DI através de suas hastes. A DA foi pré dilatada com balão 3,5x20 NC express supra (Scimed) e, em seguida, implantou-se o stent GR 3,5x20. Recruzada a lesão da DI, através das hastes do stent GR, foi procedido o implante de um stent PS no óstio de DI, montado no mesmo balão utilizado na pré dilatação da lesão de DA. A expansão dos dois stents foi feita simultaneamente ( fig. 1B), obtendo-se ótimo resultado angiográfico -avaliação não quantitativa -( fig. 1C). O paciente apresentou boa evolução clínica, obtendo alta hospitalar em quatro dias, utilizando, como terapêutica antiagregante, apenas AAS (200mg/dia) e ticlopidina (500mg/dia). Após 7 meses de procedimento, paciente apresentou dor atípica, com teste funcional não conclusivo, motivando reestudo angiográfico, que mostrou discreta perda de resultado no local dos implantes, porém sem critérios para reestenose ( fig. 1D).Caso 2 -Homem de 67 anos, com quadro de angina
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