Neste artigo propomos refletir sobre o tema da interculturalidade prenunciado no videoclipe Black or White, de Michael Jackson, em 1991, colocando-o em perspectiva com discussões interculturais no contexto das artes da cena na atualidade. Apesar do formato de “revista” adotado pelo videoclipe, em suas sucessivas cenas de danças de diferentes culturas, notamos que as escolhas referentes à dança Odissi têm, todas elas, propósitos bem definidos e interlocução com a letra da música, cabendo, portanto, uma análise dessas escolhas, especialmente das alasa kanyas. Esta percepção nos leva a argumentar a favor do pioneirismo do videoclipe que, na década de 1990, prenunciou o debate sobre interculturalidade, movimento das artes cênicas que se amplia a partir dos anos 1970, e equidade atualmente em pauta em esfera social mais ampla, bem como possíveis diferenças de leituras entre gerações.
Resumo: A proposta deste artigo é trazer à tona a dança indiana Odissi, como um campo amplo de trabalho em diálogo desenvolvido com a poesia e a multiplicidade de possibilidades investigativas da linguagem multimodal. Da corporalidade presente na dança Odissi, em um recorte sobre a existência e apagamento do coletivo das dançarinas devocionais maharis, observadas na exibição do documentário Given to Dance (RESS, 1984), relato neste trabalho dramaturgias corporais que transitam na translação da poética, tanto no universo multimodal, quanto na própria literatura, permeadas pela minha própria experiência enquanto artista pesquisadora na dança indiana. A investigação dessa poética em dança percorre desde os gestos (mudras) e suas releituras, bem como padrões de movimentação pertinentes à dança Odissi, expandindo o universo de figuras míticas do antigo reino da Kalinga, atual Odisha, para possíveis diálogos contemporâneos entreterritoriais. Entende-se neste trabalho como entreterritórios de devires da dança indiana os alhures presentes na instalação multimodal Jardim das Cartas, na GAIA, Galeria de Arte da Unicamp, no Instituto de Artes da universidade.
À minha mãe, Vicência Rosa Itacarambi Albergaria, por todo seu amor em forma de compreensão, cuidado e por sempre estar ao meu lado.À minha filha Gayatri Albergaria Allegrini, por toda a sede de futuro, e por ser a melhor coreografia de minha vida.Aos meus irmãos Marcelo, Gisele, Marisa e Thiago, e meus sobrinhos Sarah, Ravi e Raíssa. Aos meus tios e primos, em especial à eterna parceira de viagens inusitadas e risadas Fábia Itacaramby. Aos meus avós, e suas incríveis histórias de vida.A Maximiliano Santinelli pelas infindáveis horas de diálogo acerca dos mundos psíquicos, das poéticas da vida e dos caminhos sagrados que percorremos.Aos amigos Paula Ibañez, por todos os sonhos que conseguimos realizar, na vida e na arte; Gunendra Sankari que tornou possível, por várias vezes, realizar parte deles e Lucia Minozzo, Veena Fournier e Monique Bourganos pela presença constante e incondicional nos mesmos.À amiga Cecília Miglorancia, pelas paisagens sonoras durante as investigações da minha pesquisa e ao sitarista Alberto Marsicano. Captadores do universo dos sons e de suas (re) conexões.Aos professores que por minha vida passaram, abrindo portas de um mundo de imagens, sonhos e possibilidades: Celeste (SP), Neuma e Sula Mavrudis (Iraque), Acharya Orlando Silva (Hinduísmo) e Graziela Rodrigues (BPI).
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