No âmbito industrial há uma crescente preocupação com o setor têxtil, em especial com os efluentes gerados por ele, em virtude de seu potencial como fonte de contaminação de águas. Nestes efluentes estão presentes inúmeros corantes, dentre os quais evidencia-se o azul de metileno (AM), amplamente usado em função de suas características. Portanto, é essencial realizar um tratamento adequado dos efluentes, a fim de possibilitar seu lançamento em corpos receptores sem comprometê-los. Dentre as alternativas de tratamento disponíveis, a adsorção com carvão ativado ganha destaque pela elevada eficiência, mas apresenta-se muito custosa, motivo pelo qual buscam-se outros materiais com capacidade adsortiva e, sob esse viés surgem os resíduos agroindustriais. Estes são utilizados in natura ou transformados em carvão ativado, através de ativação física ou química. Devido a extensão territorial brasileira, encontram-se uma ampla gama de resíduos que vêm sendo pesquisados como adsorventes, dentre os quais destacam-se a serragem de madeira, cascas de frutas, sementes de frutas e amêndoas, bagaço de frutas, cana-de-açúcar, resíduos de cereais e leguminosas como palha, sabugo, bainha e tortas, além de resíduos de erva-mate. Os dados das pesquisas mostram resultados satisfatórios para os adsorventes alternativos e dessa maneira, além da remoção eficiente do corante, também é possível reduzir custos do processo de tratamento, agregando valor a um resíduo e solucionando-se uma problemática ambiental, tanto na questão de destinação de resíduos, bem como no tratamento de efluentes.