RESUMO: A superação das dificuldades de aprendizagem escolar foi explicada por um modelo teórico, desenvolvido no âmbito da teoria da subjetividade de Fernando González Rey, que não foi elaborado com base em pesquisas no contexto do ensino e aprendizagem em ciências. Outro modelo teórico foi elaborado pelos construtivistas espanhóis Juan Ignácio Pozo e Miguel Ángel Gómez Crespo para explicar a superação das dificuldades de aprendizagem em ciências, porém sem levar em conta a dimensão subjetiva da aprendizagem. No presente artigo, apresentamos os dois modelos teóricos. Embora não seja possível justapor os dois modelos, derivamos implicações do construtivismo para o estudo da dimensão operacional da superação das dificuldades de aprendizagem, que integrado à dimensão subjetiva, irá compor o nosso modelo teórico inicial. Objetivamos construir, por meio de pesquisas, uma extensão do modelo da teoria da subjetividade.
Neste artigo de investigação discutimos a participação da imaginação no ensino de ciências e biologia em dois contextos de atividade experimental, um demonstrativo e outro investigativo. Com base em nossos estudos anteriores, criamos duas situações hipotéticas explicitando as concepções de ciência, aprendizagem e o papel dos professores em cada uma dessas atividades experimentais. A partir de uma análise interpretativa do papel da imaginação nestes dois contextos, concluímos que a imaginação é mais valorizada na atividade experimental investigativa, embora não seja um construto teórico que fundamente essa abordagem. Tal fundamentação seria possível a partir de uma concepção de aprendizagem como produção de sentidos subjetivos, alternativa ao pensamento dominante, que concebe a aprendizagem como assimilação de conceitos.
Discutimos sobre a formação inicial de professores em um espaço institucional que valoriza e incentiva o ensinar ciências com pesquisa. Investigamos as transformações produzidas no modo de pensar e assumir a formação, de uma visão pautada na racionalidade técnica para a de professor-pesquisador, ou seja, uma visão tecnicista de formação que valoriza teorias e instrumentos ao invés de produzir conhecimentos sobre a aprendizagem e a formação (NÓVOA, 2010), tendo como referência a Teoria da Subjetividade (MITJÁNS MARTÍNEZ; GONZÁLEZ REY, 2017). O ambiente de formação é o Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará-CCIUFPA, onde crianças e jovens da educação básica estudam sobre temas de interesse pessoal e coletivo (CACHAPUZ, 2000). Licenciandos de áreas diferentes (química, física, biologia, pedagogia) assumem vivências antecipadas à docência (GONÇALVES, 2000) e são incentivados a desenvolverem investigações com os estudantes e/ou sobre suas próprias ações (PARENTE, 2012). Segundo Gonçalves (2000), à medida que os licenciandos decidem sobre o seu fazer, discutem e refletem sobre suas ações com os estudantes, desenvolvem a autonomia progressivamente, o que pressupõem um movimento de reorganização de suas compreensões sobre a docência. Compreendemos que, ao refletir e produzir ideias sobre o ensino que realiza, o licenciando vivencia rupturas, investe teoricamente em conhecimentos sobre sua atividade, personaliza informações (MADEIRA-COELHO et al., 2017), emergindo sua qualidade de sujeito (GONZÁLEZ REY, 2014). Então, o sujeito assume uma nova epistemologia complexa, valorizando a singularidade e a criatividade no desenvolvimento de https://proceedings.science/p/110429 e BRASÍLIA, 22 a 25 DE OUTUBRO DE 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA-UNICEUB práticas docentes. Apresentamos a questão para discussão: De que maneira a perspectiva de formação no CCIUFPA por meio do ensino com pesquisa pode favorecer a reorientação epistemológica de professores para que amplie sua compreensão sobre o ensinar ciências? Palavras chave: Subjetividade; Formação de professores; Clube de Ciências.
Eixo temático: Aprendizagem e dificuldades de aprendizagem na perspectiva da subjetividade Contribuições da Teoria da Subjetividade para a superação das dificuldades de aprendizagem em ciências (física).
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