A vegetação em via pública caracteriza a identidade cultural e climática do local, oferecendo diversos benefícios, como conforto térmico ocasionado pela sombra, parede acústica devido à densidade no local e consequentemente o melhoramento da qualidade do ar, fatores que devem estar sempre presentes em um planejamento urbano. Objetivou-se com o presente trabalho a realização de inventário quantitativo e qualitativo do patrimônio vegetativo da Avenida Mendonça Furtado. Na análise quantitativa foram quantificados o número total de indivíduos, densidade, frequência, dominância, diâmetro, altura total e comprimento de copa. Já na análise qualitativa foram avaliados a viabilidade das espécies, qualidade do fuste, fitossanidade, densidade de copa, superficialidade das raízes, presença de fiação elétrica e local de inserção dos indivíduos. No inventário foram verificados 776 indivíduos, pertencentes a 27 famílias, 45 gêneros e 50 espécies. A espécie Handroanthus serratifolius (ipê amarelo) obteve o número mais expressivo de representantes, seguido da espécie Ixora chinensis (ixora vermelha) e Mangifera indica (mangueira) que, juntas, representaram 53,35% da vegetação. De forma geral, a vegetação urbana da avenida apresentou um elevado nível de diversidade de espécies, porém mal distribuídas no local.
O estudo objetivou avaliar o componente arbóreo em áreas de convívio comum no campus Tapajós da UFOPA, através da caracterização dendrológica dos indivíduos. Foram selecionadas as árvores com DAP (diâmetro a altura do peito) igual ou maior a 10 cm que foram demarcadas com plaquetas numeradas, identificadas in loco e em casos em que a identificação não foi possível coletou-se material botânico para consulta à literatura. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas. Foram levantados 852 indivíduos distribuídos em 31 famílias botânicas, 62 gêneros e 76 espécies. A família Fabaceae com a maior abundância de espécies (21), a família Anacardiaceae maior abundância de indivíduos (147) e o Protium heptaphyllum foi a espécie mais abundante (103). Os caracteres dendrológicos mais ocorrentes foram fuste inclinado (42), forma circular (64), base reta (51), ritidoma rijo (59) de cor cinza (30) e aparência escamosa (13). Casca interna de cor laranja escuro (19), com odor (57), sem oxidação (49) e sem exsudatos (48). Alburno amarelo intenso (25). Folhas simples (36), filotaxia alterna espiralada (40), consistência cartácea (33), sem odor (47) e presença de apêndices e outros elementos (49). Concluiu-se que há riqueza de espécies no campus, porém a concentração de indivíduos em poucas espécies denota baixa heterogeneidade à vegetação
A família Lecythidaceae é uma das mais populosas nas florestas tropicais, tendo maior concentração na Floresta Amazônica principalmente pela capacidade adaptativa de suas flores. Tem alta importância econômica na região amazônica, apresentando 28 espécies com potencial madeireiro, porém, apesar de seu valor econômico poucos são os estudos sobre Lecythidaceae. Com o presente estudo objetivou-se realizar a caracterização macromorfológica do fuste, da arquitetura foliar e por meio da técnica de diafanização caracterizar o padrão de nervação das folhas de quatro espécies pertencentes à Lecythidaceae, quais sejam: Couratari stellata (A.C.Sm.), Eschweilera collina (Eyma), Eschweilera coriacea ((DC.) S.A. Mori) e Eschweilera pedicellata ((Rich.) S.A.Mori), coletadas na Floresta Nacional do Tapajós. Quantos aos caracteres avaliados para o fuste, os resultados obtidos foram: base reta (3) e base com sapopemas (1); aspecto do ritidoma sujo e áspero (4). Para a arquitetura foliar foram observados ápices do tipo acuminado (3), agudo (1); base arredondada (1), cuneada (2) e obtusa (1); margem inteira (3) e crenada (1). Em relação ao padrão de nervação foliar, todas as espécies apresentaram nervura primária do tipo pinada e nervuras secundárias do tipo broquidódroma. As características macromorfológicas em conjunto com o padrão de nervação auxiliam no processo de reconhecimento das espécies nos levantamentos florísticos.
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