O presente estudo é um relato de experiência do projeto de extensão Discutindo a Relação (#DR), da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). O #DR é um projeto interdisciplinar norteado pelo Programa Saúde na Escola no enfrentamento de vulnerabilidades sociais, que promove reflexões com vistas a contribuir na aprendizagem e no fortalecimento de relações. Este relato apresenta a intervenção sobre desigualdade de gênero realizada com 245 estudantes do 6o ao 9o ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal. A escolha do tema considerou a sua importância nas discussões no âmbito escolar, pois atravessa contextos sociais e relações de dominação estabelecidas em raízes históricas e em valores culturais. A intervenção foi dividida em três momentos: 1) quebra-gelo para o compartilhamento de perspectivas e conhecimentos dos estudantes; 2) atividade de verdadeiro e falso abordando gênero como construção biopsicossocial e política, divisão social do trabalho, maternidade compulsória, movimento LGBTQIA+, heteronormatividade, população trans, violência contra a mulher e Lei Maria da Penha; 3) perguntas sobre o tema/ atividades para avaliação. A realização das oficinas com adolescentes de ambos os sexos, binários e não-binários, mostrou que a maioria absoluta (>90%) classificou as metodologias empregadas e seu próprio aprendizado com nota superior a 8,0.

INTRODUÇÃO:Os serviços de emergência são essenciais para o funcionamento da rede de saúde mental, como porta de entrada, dispositivo de cuidado e pelo manejo de situações agudas. A presença de psicólogos permite triar e intervir em questões de saúde mental, proporcionar suporte psicossocial, além de articular o seguimento da assistência quando necessário. As intervenções são realizadas, geralmente, de forma breve, devido ao caráter transitório e dinâmico do local. OBJETIVOS: Realizar levantamento das demandas de saúde mental atendidas pelos psicólogos na Unidade de Urgência e Emergência Adulto do Hospital Universitário de Santa Catarina/EBSERH durante o ano de 2022. METODOLOGIA: Estudo documental, retrospectivo, de abordagem quantitativa. Foram utilizadas as informações do banco de dados do Serviço de Psicologia da Unidade de Urgência e Emergência. Não houve coleta de dados com pessoas. Os dados foram organizados com o auxílio dos programas de computador Microsoft Office Excel 2016 e analisados a partir da estatística descritiva. RESULTADOS: Cerca de 950 pacientes foram atendidos pelo serviço de psicologia no ano de 2022. Destes, pelo menos 68% tinham como demanda principal um quadro de saúde mental. Foram atendidos 202 casos de tentativa de suicídio, 130 casos de crises de ansiedade ou desorganização psíquica, 56 casos de intoxicação ou abstinência de drogas, 42 por histórico de problemas psiquiátricos, 35 casos de ideação suicida referida, 33 casos de reações de ajustamento, 11 casos de crises conversivas e sintomas psicossomáticos. Em relação aos encaminhamentos, cerca de 55% foram encaminhados para acompanhamento de saúde mental na UBS de referência; 90 foram encaminhados para psicoterapia em clínicas de atendimento psicológico; 41 pessoas precisaram de internação psiquiátrica e foram encaminhadas para o hospital de referência. Cerca de 100 foram encaminhados para CAPS (AD, infantil e II) para seguimento do tratamento. CONCLUSÃO: Na Emergência do hospital em questão, a principal demanda de atendimento psicológico é a crise suicida. A análise dos dados referentes aos atendimentos permite identificar as principais solicitações de atendimento, frequência e recorrência das demandas, além de encaminhamentos realizados. Assim, contribui para um melhor entendimento das necessidades do serviço e da população atendida, e uma maior qualificação da prática profissional.