ResumoA entrevista com Muniz Sodré propõe ao teórico da comunicação algumas perguntas que atravessam a sua proposta de pensamento ampliado para o termo comunicação. O autor fala sobre a linguagem na perspectiva da reflexividade e sobre os efeitos e as limitações do bios midiático. Ainda, Sodré propõe pensar o algoritmo das tecnologias de informação como um tipo de imagem do contemporâneo.
Palavras-chaveComunicação. Epistemologia. Teoria da Comunicação. Ontologia.No início do seu livro teórico mais recente, Sodré (2014) , os homens não são comunicantes porque falam; a fala é uma questão de linguagem.Os homens são comunicantes porque estabelecem relações ou porque organizam mediações simbólicas, de modo consciente ou inconsciente, em nome da partilha de algo em comum.Essa organização é uma dimensão constituinte do homem e, nas palavras do autor,
Investigando a cobertura de mitos e lendas pelo jornalismo, percebemos que uma questão ainda carecia de ser debatida: como se dá a produção de fotografias jornalísticas para essa temática? Quais as racionalidades operantes ao retratar este objeto, hesitando entre as pressões do campo - tais como objetividade e critérios de noticiabilidade - e o encantamento pertinente ao lendário representado? Buscamos na série de reportagens “Imaginário Farroupilha”, publicada ao longo de uma semana pelo Zero Hora em setembro de 2014, caminhos para responder a estas perguntas, Encontramos nessas fotos a recorrência de elementos composicionais e simbólicos da ascensão e da contradição, com foco no local – e não em pessoas - em face ao duplo desafio de tratar do inefável com a linguagem jornalística sem não diminuir a potência do mistério da imagem simbólica.
Lançado no final de 2019, nas vésperas da pandemia da Covid-19 e da consequente pulverização de discussões sobre a convivialidade digital, a coletânea de ensaios Ver segundo o quadro, ver segundo as telas é o primeiro livro no Brasil do filósofo italiano radicado na França Mauro Carbone. Reunindo quatro textos dos últimos anos de seu trabalho, nele, o autor, de forte acento transdisciplinar, promove conversações entre teóricos do cinema, teóricos da imagem e teóricos da mídia e apresenta reflexões que colocam o fenômeno das telas como central para a filosofia contemporânea da comunicação. Partindo de uma leitura contemporânea de Merleau-Ponty, Carbone adiciona historicidade ao processo da percepção indicando que os modos de ver e de se fazer visível são mediados e condicionados pelos meios de comunicação [media] de cada período histórico. O filósofo aponta que é a tela o dispositivo visual de referência da nossa época e que, com a ajuda do cinema, podemos compreendê-la não como uma janela que tudo mostra, mas algo “[...] cuja opacidade, em vez de esconder, nos permite ver”. O livro, desafiador e ao mesmo tempo acessível, propõe conceitos como os da “arquitela” [archi-écran] e da “filosofia-cinema” [philosophie-écrans] e noções como a da precessão recíproca entre a visão e o visível.
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