Saúde do Idoso. INTRODUÇÃOO envelhecimento da população é um fenômeno mundial que vem ganhando maior importância nos países em desenvolvimento. Os efeitos do aumento desta população já são percebidos nas demandas sociais, nas áreas de saúde e na previdência. O aumento significativo no número de pessoas idosas, pode atrelar-se ao aumento da violência contra esse grupo em razão das suas vulnerabilidades impostas pela idade.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), define-se violência contra o idoso como "um ato único, repetido ou a falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento em que exista uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa". É uma questão social global que afeta a saúde e os direitos humanos de milhões de idosos em todo o mundo e que merece a atenção da comunidade internacional.É imprescindível destacar que a negligência se configura como um importante tipo de violência, sendo o abandono considerado uma forma extrema desse comportamento. Neste contexto, pode-se citar ainda as violências física, sexual, psicológica e financeira. Ressalta-se ainda que a violência contra o idoso é um agravo de notificação compulsória, devendo ser registrado pelo profissional de saúde no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), considerada como norma a partir da Lei n. 12.461, de 26 de julho de 2011.Nessa premissa, no Brasil, as denúncias de violência contra as pessoas idosas, registradas pelo "Disque 100", durante a pandemia do COVID-19, passaram de 3 mil em março para 8 mil em abril e 17 mil em maio, correspondendo a aumento de 267% e 567%, no período. Entre março e junho de 2020, foram 25.533 denúncias. No mesmo período de 2019, foram 16.039 (SANTOS et al., 2021).Da mesma forma, percebe-se uma tendência à perpetuação da violência quando se analisa dados mais recentes. De janeiro a 2 de junho de 2022, foram registradas mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra pessoas idosas.