Dentre as subdivisões do gótico encontra-se o gótico cômico, que une horror e humor, com criaturas e histórias que se apoiam no gótico, mas que em vez de medo, resultam em riso e divertimento. Tais características parecem ser recorrentes nas obras de Edward Gorey, autor e ilustrador norte-americano. Portanto, esta pesquisa visa compreender se, e como, o gótico cômico pode ser identificado em duas obras do autor, nas quais as protagonistas são criaturas monstruosas. Esta pesquisa bibliográfica se baseia em estudiosos do gótico e do humor, como Bergson (1983), Propp (1992), Lovecraft (1987) e Horner e Zlosnik (2000). Em síntese, conclui-se que embora as obras apresentem aspectos góticos através dos cenários, da ambientação e das criaturas monstruosas, em vez de suscitar o medo, elas rompem com as expectativas e levam o leitor ao riso, apresentando aspectos do gótico cômico.

A presente pesquisa propõe soluções tradutórias comentadas para trechos de uma carta constituída de confidências e opiniões. A carta em estudo foi enviada por Edward Gorey a Peter F. Neumeyer, na qual são emitidas opiniões sobre as suas próprias obras e sobre a literatura infantil. Busca-se demonstrar como diferentes soluções tradutórias poderiam causar diferentes impressões no leitor de chegada à luz do referencial teórico sobre correspondência (ABES, 2010; BARRENECHEA, 1990; BOHRER, 2015; BOSSIS e MCPHERSON, 1986; BOVO, 2015), sobre literatura infantil (MEIRELES, 1984; HUNT, 2010; ANDRUETTO, 2012), e sobre tradução literária (RÓNAI, 2012; SCHLEIERMACHER, 2010; BERMAN, 2007; VENUTI, 1995), entre outros. Nota-se que o tradutor precisa atentar-se à pontuação, pois é através dela que se ecoa a voz do remetente e o ritmo oral da narrativa, além das escolhas semânticas, que dão à narrativa um caráter mais formal ou informal. É necessário escolher a melhor forma de deixar clara a mensagem transmitida na correspondência entre os interlocutores, podendo buscar soluções estrangeirizadoras ou domesticadoras sem se ater apenas a uma.

No abstract