Uma formação de professores que busca abordar a história do ensino de Matemática, de modo a refletir sobre aspectos da profissão, a escola e a disciplina, teria uma maior possibilidade de formar um professor propenso a insubordinações criativas? Na tentativa de responder a essa pergunta, buscamos apresentar o campo da História da educação matemática como facilitador de tal postura na formação daqueles que ensinam matemática. Discussões foram feitas acerca da criação do campo de História da educação matemática, sua inserção em cursos de licenciatura e suas relações com a formação dos professores. Baseamo-nos principalmente em Valente (2003, 2010, 2013, 2014, 2017), quanto ao campo da História da educação matemática, Oliveira (2017), no que se refere à criação de disciplinas nesta área, e D’Ambrosio e Lopes (2014, 2015), para abordar a insubordinação criativa do educador matemático. Concluímos que a formação de professores reflexivos é profundamente beneficiada por estudos acerca da história do ensino de matemática, desnaturalizando práticas e modelos da educação escolar, possibilitando assim a efetivação de ações de insubordinação criativa por parte do professor. Deste modo, a criação da disciplina “História da educação matemática se constitui como incentivadora de insubordinações criativas na educação.
Discussões acerca do ensino da Álgebra ganharam grande relevância no início do século XX devido aos debates e propostas de inserção de tal matéria no currículo do ensino elementar. Neste texto, busca-se compreender os discursos acerca do ensino de Álgebra postos em circulação pelo periódico da época, “A Escola Primaria”, durante seu período de publicação, assim como, reconstituir o conhecimento disseminado pela revista, de forma a melhor conceber o processo de inserção da Álgebra no ensino elementar no país. Para isso, é proposta a metodologia de um estudo histórico, com base na História da educação matemática, em conjunto com um Estado do Conhecimento. A análise dos artigos aponta que alguns autores difundiram um movimento a favor da constituição de uma Álgebra voltada para o ensino elementar. Essa Álgebra teria como principais focos apresentar o processo de generalização e facilitar a resolução de problemas de Aritmética que, sem esses saberes algébricos, exigiriam raciocínios extensos e cansativos, tornando sua presença no ensino ponto de críticas. Palavras-chave: estado do conhecimento; ensino de álgebra; circulação de ideias; história da educação matemática.
RESUMO Em 1905, um estudo sobre a reestruturação do ensino elementar estadunidense é publicado na revista Educational Review, apontando a necessidade de uma álgebra neste nível escolar. Um estado do conhecimento histórico acerca desse tema na revista foi realizado, com base na perspectiva das humanidades digitais, utilizando o software IRaMuTeQ. A álgebra foi o foco na busca por publicações, a partir da seleção e da análise dos textos com o software. Observou-se um movimento a favor de um ensino centrado em equações e sistemas lineares, aplicados a problemas complexos de aritmética.
No final do século XIX surgem discussões acerca da inserção da Álgebra no ensino elementar estadunidense. Uma comissão é então formada para propor mudanças para a instrução elementar daquele país e, em 1895, seu relatório é publicado na revista Educational Review, no qual pode-se observar a proposta de uma Álgebra no sétimo e oitavo ano do ensino elementar. Assim, buscou-se caracterizar as ideias que circulavam acerca desta temática, disseminadas pela revista Educational Review, e os saberes para ensinar vinculados a esta Álgebra. Uma seleção das publicações da revista, entre os anos de 1891 e 1921, foi realizada tendo a temática como ponto central, sendo o software IRaMuTeQ utilizado no processo de seleção dos textos para análise, levando a um conjunto de 16 textos. Percebeu-se um movimento a favor da inserção da Álgebra no ensino elementar, centrada em equações, do primeiro e segundo grau, em sistemas lineares e com aplicação principal na resolução de problemas complexos de Aritmética. Nesse sentido, os saberes para ensinar relativos a esta Álgebra na formação do professor estariam então vinculados aos conteúdos propostos para a instrução elementar, bem como o uso desta Álgebra como instrumento para a Aritmética.
Este artigo objetiva apresentar um “estado do conhecimento” a partir de teses que articulam a aritmética com o Movimento da Matemática Moderna e a História da Educação Matemática no ensino primário brasileiro no período de 1950 a 1970. Trata-se de resultados parciais de uma pesquisaem nível de mestrado desenvolvida no GHEMAT Santa Catarina. Para tanto, mobilizam-se conceitos de “estado do conhecimento”. O corpus da pesquisa são teses que abordam o ensino de aritmética publicadas do ano de 2008 até 2018 e disponíveis no banco de teses e dissertações da CAPES.Apresentam-se discussões teóricas metodológicas, mapeamento das teses em questão, apresentação e discussão dos resultados, além da Matemática Moderna vista sob a lente das teses. Como resultado, caracterizam-se momentos marcantes do Movimento nas escolas de ensino primário brasileiras no período, dentre eles, a apropriação da psicologia de Jean Piaget e dos ideais de Zoltan Paul Dienes, a inserção da Teoria de Conjuntos e a participação ativa do professor Osvaldo Sangiorgi, de modo quese pôde observar como a escola se transformou, com novos ideais e uma nova maneira de ensinar aritmética para as crianças.
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