Buscamos ouvir diálogos entre a natação e a consciência de si (acopladas a maquinas) sobre a relação corpo e alma. Diálogos entre uma tradição que pensa a mente humana como parte da natureza orgânica enquanto aborda o inorgânico no meio liquido.  Através de analogias com o nado, compreendemos a ideia de formação como uma arte de viver em tempo líquido. Na pesquisa de campo, a fenomenologia ajudou abordar valores do espaço interior das pessoas que nadam. Solicitamos que alunos de natação escrevessem uma carta para responder a pergunta “O que você sente quando nada?” Observamos relatos que indicam que ao colocar o corpo na água e perder o chão debaixo dos pés, o sujeito pode se tornar capaz de entrar em contato consigo mesmo, de modo que a natação não é somente aprender e vivenciar os quatros estilos competitivos, mas conscientização e meditação.

O objetivo desse artigo é dialogar com a Educação Física que integra corpo, mente e alma, em uma metodologia transdisciplinar de educar que não fragmente o corpo humano. Fundamentamos essa conversa na teoria da complexidade e em autores que lutam pelo pensamento crítico nos processos educativos e nas aulas de educação física, sendo os principais: Alves, M.D. (2015); Darido e Oliveira (2008); Medina (1987).; Morin (2000); Sadi (2010); Suanno, J.H.S (2014,2015); Suanno, M.V. (2013). Na pesquisa de campo percorremos os caminhos da fenomenologia na intenção de entrevistar quatro professores; através de cartas, escreveram livremente sobre sua profissão e métodos de ensino, com perguntas norteadoras para que reflitissem sobre seu papel como professor em educar o corpo e mente. Concluímos que a integração da educação física com a subjetividade de praticar algum exercício físico e, em meio a tantas imposições sociais, é também uma estratégia transdisciplinar que acessar o SER de cada pessoa, como momento da prática educativa e de se conhecer e se amar.