RESUMOPesquisa que envolve o processo de morte, abordando a distanásia, a qual se constitui na obstinação terapêutica a fim de adiar a morte, e a Ortotanásia, que se constitui na morte em seu processo natural, sem prolongar o tratamento. Teve como objetivo reconhecer a percepção dos profissionais da equipe de saúde que atuam em unidade de terapia intensiva, acerca das situações de Ortotanásia e Distanásia. Realizado em um hospital universitário. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com 25 profissionais de saúde e submetidos à análise de conteúdo temática. Emergiram três categorias relacionadas: Apreendendo a Ortotanásia e a Distanásia; Percebendo o contexto da tomada de decisão; Ponderando a Ortotanásia e a Distanásia na finitude da vida. A percepção dos profissionais de saúde referente à Ortotanásia e à Distanásia exige discussões referentes aos conceitos éticos que envolvem as intervenções no processo de morte, possibilitando um embasamento da equipe multiprofissional, familiares e pacientes na tomada de decisão no final da vida.Palavras-chave: Equipe de saúde. Unidade de terapia intensiva. Ortotanásia. Distanásia. INTRODUÇÃOA UTI, por ser um local onde os procedimentos e cuidados são específicos e de alta complexidade, possui uma estrutura capaz de fornecer suporte para pacientes graves, os quais possuem um potencial risco de morte, necessitando observação constante, podendo desencadear estresse nos profissionais de saúde, pois existe um clima constante de tensão (1) . Sabe-se que o dia a dia na UTI é marcado por situações antagônicas, pois às vezes é possível salvar e, em outras, prorrogar o sofrimento, visto que o paciente encontra-se fora das possibilidades de cura, sendo inevitável o processo da morte. Neste contexto, os profissionais são submetidos às pressões quanto à tomada de decisões em momentos críticos, à questão sobre o prolongamento ou não da vida em casos com prognóstico reservado (1,2) . Dentre os conceitos que envolvem a terminalidade da vida, neste estudo, enfatiza-se que a distanásia tem como objetivo impedir a morte a qualquer preço, enquanto a ortotanásia propõe uma morte digna a qual deve ocorrer no momento correto, havendo a preservação da dignidade do paciente, o controle da dor e apoio psicológico concernente às questões relativas aos aspectos sociais e espirituais (3) . A ortotanásia vem se firmando cada vez mais como uma possibilidade ética diante do sofrimento que antecede a morte irremediável, sendo uma prática permitida em diversos países. No Brasil, implicitamente, é tutelada através de princípios jurídicos, consubstanciados em princípios éticos e morais, porém, por não ter legislação específica, causa uma insegurança
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