RESUMO A gagueira gera impactos negativos na qualidade de vida dos sujeitos e está associada a maior risco de desenvolvimento de problemas sociais e psíquicos. Nessa perspectiva, apesar da diversidade das hipóteses etiológicas e dos tratamentos da gagueira, destaca-se a interface entre psicologia e fonoaudiologia na abordagem dos aspectos bio-psíquicos envolvidos nesse quadro clínico. Pesquisas recentes indicam que a presença, especificamente de cães, pode auxiliar o paciente na elaboração simbólica de conteúdos psíquicos. Nessa perspectiva, o objetivo desse estudo é avaliar os efeitos da presença do cão na expressão de conteúdos psíquicos de um sujeito que gagueja, com a hipótese de que o enquadre pode reduzir o sintoma. O sujeito é M., sexo feminino, 45 anos, casada, sem filhos, cursou ensino fundamental completo e de auxiliar de cabeleireira. Passou pelo processo de terapia fonoaudiológica na presença do cão. Foi realizada uma entrevista semi-dirigida após o processo. Um cão coterapeuta, da raça Golden Retriever, participou de todas as sessões. Alguns conteúdos subjetivos relevantes observados no setting no decorrer do processo terapêutico fonoaudiológico, os quais parecem ter sido mobilizados pelo enquadre estabelecido pela interação entre terapeuta-paciente-cão, parecem demonstrar associação com a manifestação das disfluências. O cão fez contato físico, deu suporte, motivou e acolheu o sujeito em situações de demonstração de conflitos psíquicos. Assim, este estudo de caso clínico indica que o enquadre da presença e interação do cão favoreceu a redução do sintoma da gagueira, promovendo ambiente acolhedor possibilitando a integração psique-soma do sujeito.
Introdução: Intervenção Assistida por Animais (IAA) é toda atividade que incorpora animais aos campos da saúde e educação visando ganhos terapêuticos em humanos. Com pacientes pediátricos hospitalizados, estudos sugerem benefícios da interação da criança e animal. Objetivo: Avaliar os efeitos da IAA na expressão verbal e não verbal de conteúdos psíquicos em crianças hospitalizadas. Método: Pesquisa qualitativa baseada em estudo de casos de 05 sujeitos (02 do sexo masculino e 03 do feminino), faixa etária entre 06 e 10 anos, hospitalizados há pelo menos 02 dias. Cães co-terapeutas: Thor, 04 anos e Kate, 03 anos, da raça Golden Retriever, selecionados de acordo com critérios de protocolos internacionais e conduzidos pela pesquisadora. Foram aplicados desenhos livres e teste Wartegg, pré e pós IAA. Resultados: a presença do cão favoreceu maior contato com conteúdos emocionais associados às tentativas de enfrentamento da doença. Conclusão: IAA no ambiente hospitalar proporcionou, aos sujeitos estudados, a possibilidade de estancar a condição patológica em favor da experiência de reintegração do Eu, ou seja, uma reapropriação de sua identidade subjetiva, parcialmente tolhida pelo processo de adoecimento e hospitalização.
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