Este artigo objetiva analisar as principais transformações ocorridas no processo produtivoda farinha. Pretende também apontar as permanências no que se refere à compreensãoda casa de farinha enquanto espaço de sociabilização. E assim traçar uma análise a respeito decomo as transformações ocorridas no processo de beneficiamento da mandioca têm influenciadona dinâmica social deste espaço ao longo do tempo, através da memória dos atores locaisque protagonizam, constroem e reconstroem o sabe-fazer-farinha diariamente na comunidadede Baratinha, localizada no município de Mocajuba-PA. A metodologia abrangeu a observaçãoparticipante, entrevistas semiestruturadas, fotos etnográficas das casas de farinha e daspráticas de beneficiamento, envolvendo efetivamente quatro famílias e a participação diretaem suas atividades produtivas. Como resultado, identificou-se que apesar das transformações(instrumentais e práticas) revelarem importante progresso na produção, houve mudançasrelacionadas à organização do trabalho, diminuição dos mutirões, interesse dos jovens e damanifestação cultural do Samba do Cacete. Todavia, a casa de farinha permanece sendo umamorada que abriga a família, parentes e vizinhos na produção e reprodução de uma cultura.
O artigo discute as práticas e os conhecimentos tradicionais associados à pesca no contexto de conflitos socioambientais envolvendo criadores de búfalos e as comunidades quilombolas Bom Jesus e São Caetano, ambos localizadas no Território Sesmaria do Jardim, município de Matinha, Estado do Maranhão. As estratégias de mobilização social levadas a cabo pelas famílias quilombolas com vistas a conservação do ambiente e o direito de acesso e uso dos recursos presentes nos campos inundáveis também são objeto de reflexão neste texto. Partimos de uma abordagem da pesquisa-ação e os métodos de investigação se assentam em entrevistas etnográficas, lista livre, observação participante, discussões em grupo de enfoque e oficinas para ação pública. Os resultados demonstram como diferentes atores sociais se apropriam de modos distintos dos campos para exercer usos concorrentes. Os pescadores artesanais reivindicam o livre acesso ao campo enquanto recurso de uso comum, para o desenvolvimento de suas práticas sociais no trabalho da pesca associado à conservação dos recursos e da natureza. Criadores de búfalos e piscicultores, numa outra lógica, impõem a privatização dos campos, através da implantação de cercas elétricas e açudes artificiais para criação de peixes exóticos. Concluímos que a pesca artesanal dos quilombolas se constitui de práticas e conhecimentos tradicionais, e acima de tudo é construída por processos de resistência por direitos definidos num campo de forças políticas.
A pesquisa apresentou a rara possibilidade de acompanhar o processo de criação de uma Unidade de Conservação. Foram analisadas as percepções dos atores locais em torno da proposta de criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Campo das Mangabas, no município de Maracanã, Estado do Pará, com ênfase para as ações e posicionamentos em relação a essa proposta. Para elaborar o trabalho buscou-se a abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisas teóricas e de campo, observações, entrevistas semiestruturadas e informais, nas dez comunidades que fazem parte da área, foram coletados dados também na sede do município e realizada duas entrevistas em Belém. Os resultados demonstraram que as mobilizações pela proteção dos recursos naturais do Campo da Mangaba começaram movidas pelas ameaças a biodiversidade local, por fatores como: queimadas e ocupação desordenada que geram conflitos pela posse da terra e pelo uso dos recursos naturais, entre outros problemas elencados na pesquisa e que colocam em risco a sobrevivência do ecossistema e das populações tradicionais que tem no extrativismo da mangaba (Hancornia speciosa Gomes) e do bacuri (Platonia insignis) uma importante atividade laborativa. A partir de 2007, quando o processo de criação começou oficialmente, ocorreram várias ações coletivas com encontros, reuniões e consulta pública, promovidas por organizações locais e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do estado do Pará. Constatouse que a maioria dos entrevistados apoia a criação da reserva, embora existam conflitos em escala micro. Três posicionamentos emergiram em relação à proposta de criação dessa Unidade de Conservação: a favor, contra e sem opinião formada. Foram constatados também dificuldades de compreensão sobre o que é uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Se tratando das ações desenvolvidas pelas comunidades, verificou-se que houve um intervalo da consulta pública realizada em setembro de 2013 até o final dessa pesquisa, visto que, a decretação da Reserva depende apenas do governo estadual, já que, os tramites legais necessários foram cumpridos. Palavraschave
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