RESUMO CONTEXTO:Os transtornos mentais comuns (TMC) abrangem sintomas de fadiga, esquecimento, irritabilidade, dificuldades de concentração, queixas somáticas e sentimento de inutilidade. Altas prevalências destes agravos têm sido observadas em adultos no contexto da Atenção Primária, sendo consideradas uma das maiores problemáticas de saúde no mundo. OBJETIVO: Estimar a prevalência e fatores associados aos TMC em adultos assistidos por uma equipe da Estratégia Saúde da Família no Brasil. MÉTODOS:Estudo transversal e analítico, realizado no ano 2016, com uma amostra aleatória de 297 adultos. Para coleta dos dados, utilizou-se o questionário Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), além de informações sociodemográficas, sobre condições de vida e saúde. Para presença de TMC, considerou-se ponto de corte o escore igual ou maior que 7 para homens e mulheres. Testaram-se as associações dos TMC com as variáveis de interesse, por meio de análise univariada (qui-quadrado), com nível de significância de 5%. RESULTADOS: A prevalência dos TMC foi de 23,2%. A prevalência do desfecho foi significativamente maior nos adultos do sexo feminino, em união estável, com 0 a 4 anos de estudos, que faziam uso de medicamento controlado, e que informaram diagnóstico prévio/confirmado de TMC pessoal ou na família. CONCLUSÕES: Os resultados apresentados evidenciam que as características associadas são passíveis de serem investigadas e acompanhadas na prática clínica. Destaca-se a necessidade de qualificação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, visando à detecção e acolhimento das pessoas com TMC, com enfoque em uma assistência integral e que envolva a família. The common mental disorders (CMD) cover symptoms of fatigue, forgetfulness, irritability, concentration difficulties, somatic complaints and feelings of worthlessness. Has been observed high prevalence of these diseases in adults in adults in the context of Primary Health Care, being considered one of the biggest health problems in the world. AIM: Estimate the prevalence and factors associated with CMD in adults assisted by a team from the Family Health Strategy in Brazil. METHODS: Cross-sectional study and analytical, performing in the year 2016, with a random sample of 297 adults. For data collection, we used the questionnaire Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), as well as sociodemographic information on living conditions and health. For presence of CMD, cut-off score equal to or greater than 7 for men and women. Associations between the CMD with interest variables were tested, through univariate analysis (Chi-square), with a significance level of 5%. RESULTS: The prevalence of CMD was 23.2%. The prevalence of the event was significantly higher in female adults, in stable, with 0 to 4 years of study, that made use of controlled drug, and that reported prior diagnosis or confirmed of CMD individual or in the family. PALAVRAS-CHAVE: CONCLUSIONS:The results presented show that the associated features are likely to be investigated and followed up in clinical practice. Hi...
Objetivou-se compreender o papel das práticas integrativas na promoção da saúde mental e no cuidado aos usuários de álcool e outras drogas. Revisão integrativa nas bases do Portal da CAPES e Biblioteca Virtual em Saúde. Selecionaram-se 18 artigos em português, disponíveis gratuitamente. As práticas contribuíram para a redução da ansiedade e sentimentos negativos; aumento do humor, prazer, estímulo para atividades laborais e interação usuário-profissional. Surgiram como estratégias que promovem melhor enfrentamento no uso abusivo de álcool e outras drogas; apoio nas recaídas; permitindo sentimentos que levem à diminuição da ansiedade e à redução do uso de drogas. Torna-se essencial a oficialização das discussões sobre as práticas integrativas, estimulando os profissionais a desconstruírem o velho conceito de que saúde só é feita a partir de práticas convencionais e socialmente aceitas, instituindo um pensamento novo e integral, indo de encontro aos preceitos do Sistema Único de Saúde.
A pandemia da COVID-19 é a pior crise sanitária do século. Inicialmente, parecia consenso que o SARS-CoV-2 não escolhia classe, raça ou região, espalhando-se rapidamente de um corpo para o outro, contudo, as maneiras como os corpos estão dispostos no mundo variam a partir de marcadores sociais de desigualdades. No Brasil, a doença colocou em destaques importantes iniquidades já existentes, que seguiram seu curso com a pandemia (com alguns agravamentos); e, neste artigo, discutem-se algumas delas. Avaliando as medidas para contenção do vírus, ao mesmo tempo que visam proteger um determinado segmento da sociedade, deixam outros completamente desprotegidos, destacando-se os que não têm acesso à internet; desempregados; trabalhadores informais; os pretos e pardos; os de menor renda e escolaridade; os que residem no Norte e Nordeste. A pandemia no Brasil tem classe social, raça, cor e região; e, nesse mar agitado por ela, algumas pessoas estão em navios com serviços all inclusive, outras em lanchas, uma parte em barcos a remo, e outros tantos atravessando a nado. O país precisa pensar sobre qual projeto usar para enfrentamento da pandemia: seria um projeto que olha para as vulnerabilidades ou será o que segue em curso - deixando morrer uma parte da população, principalmente, a mais pobre? Além dos desafios da doença, o país ainda vivencia o impasse de ter um comandante do navio despreparado, cuja postura é claramente anticientífica e negacionista, deixando o navio à deriva. Discutir os princípios do Sistema Único de Saúde – SUS se faz importante, para garantir que sejam legitimados neste momento. A adoção de políticas públicas para superação das desigualdades é urgente, com forte participação social, possibilitando que esses grupos estejam mais fortalecidos para encararem desafios futuros; dando, no mínimo, condições mais dignas para atravessarem outros mares ou tempestades - caso sobrevivam ao mar revolto da COVID-19.
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