Em 2019, uma equipe interdisciplinar realizou uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) em uma biblioteca pública com itens relevantes de acervo. Tal edifício deve atender aos melhores critérios de desempenho para preservar o acervo e garantir seu acesso à sociedade. Este artigo foca nos resultados relacionados a essa premissa e apresenta aspectos importantes que perpassam diversos sistemas da edificação. O levantamento de campo, além de considerar o conforto e a saúde dos usuários, se atentou às condições de armazenamento e às fontes de risco para preservação do acervo. A fim de facilitar a leitura dos resultados, diagnósticos e recomendações foram apresentados na forma de mapas. Buscou-se contribuir para os estudos de conservação de acervos de papel, demonstrando-se como os multimétodos da APO são compatíveis com a gestão de riscos para conservação preventiva, bem como sua relevância para a implementação de políticas institucionais de preservação.

Resisting the discrimination, poverty or vulnerability associated with sexual identities is a daily practice for many people in the LGBtQ+ community. Casa 1 in São Paulo is an architecture that promotes these practices not only by providing a space for care and containment, but also by enabling the appearance of these identities in the public space, all thanks to communityscale performance strategies.

The NGO Casa 1 was conceived as a housing project for runaway and homeless LGBTQ youths. Launched in 2017, it has expanded into a complex that includes housing, culture, education and health services. Together with this infrastructure of care, Casa 1 has created several strategies to promote LGBTQ memory that have made it a new site of memory in São Paulo. Through field research, interviews and analysis of institutional material, this article presents the NGO’s memory strategies in four directions: memorialisation as a symbolic mechanism of gratitude, exemplarity and denunciation, and the safeguarding of a LGBTQ memory collection. We argue that, through these dimensions, Casa 1 has consolidated itself as a site of memory even considering its short existence, showing that the establishment of a site of memory is not a passive consequence of time and historical events, but can be precipitated and induced, through intensity and intentionality.

Esta pesquisa está longe de ser apenas minha. Nela estão presentes muitas vozes que transformavam minhas percepções a cada momento em que estive presente na Casa 1. Ela pertence a cada pessoa que colaborou e colabora com doações materiais ou de tempo para a criação e sobrevivência da ONG. Ela pertence a todos os jovens LGBTQIA+ que não foram aceitos pela família de origem. E ainda aos moradores da Casa 1, aos vizinhos, às pessoas em situação de rua -ou de "calçada"que paravam para conversar comigo diversos assuntos, desde suas vivências até sobre eleições.Agradeço inicialmente ao CNPQ pelo auxílio financeiro essencial para o desenvolvimento desta pesquisa. Ter tido oportunidade de abordar o tema neste momento em que vivemos é um grande privilégio.A Renato Cymbalista, muito mais que um orientador e parceiro de artigos, um amigo para a vida que espero ainda conviver muito.A Jaqueline Gomes de Jesus e Diana Helene Ramos. Muito obrigado por compor a linda banca examinadora deste trabalho. Suas considerações foram incorporadas nesta revisão e enriqueceram a dissertação e meu olhar de pesquisador.Alguns professores foram essenciais nessa trajetória. Karina Leitão leu meu primeiro projeto de pesquisa e disse "acho que este projeto é perfeito pro Renato", e assim encontrei meu orientador. Paula Santoro, que me acolheu na incrível monitoria "cidade, gênero e interseccionalidades" cujas marcas podem ser vistas ao longo dos capítulos deste trabalho.Regina Coeli Aquino, que já foi minha coordenadora, me convenceu a continuar na faculdade, me deu muitos conselhos, e tem trocado comigo desde que ingressei no mestrado. Bruno Puccinelli, extremamente generoso na banca de qualificação e depois dela.A meus colegas do grupo "pesquisas legais" que tornaram o ano de 2020 muito mais produtivo e que se dividiram para revisar os capítulos desta dissertação, obrigado Felipe, João, Marcos, Paula, Rebeca, Vanessa e Wans. Algumas alunas em particular marcaram minha vivência na FAU-USP e estão no meu coração. Tânia, presença constante nas trocas, nos estudos em conjunto na biblioteca, e mesmo me representando em encontros, além das palhaçadas. Meninas da pedagogia, Fabi, Stephanie, Leticia e Isa, que entre micos e tiveram crises de risos deixaram minhas idas à FAU muito melhores. As maravilhosas co-monitoras de Paula Santoro e minhas parceiras Gaby, Larissa, Isabela e Marina Harkot, cuja vida foi interrompida neste modelo de cidade hostil. Marina certamente seria uma das que eu estaria pedindo dicas na finalização desta dissertação. Marina vive! A Adriana Dutra e a Cristiane Silva, que foram generosas comigo e me ajudaram a ingressar na pesquisa e entrar no processo seletivo do mestrado. Obviamente este trabalho só é possível graças a todos que compõem a Casa 1. Quero agradecer em especial a Alvina, Bruno e Iran por terem sempre colaborado com minhas indagações. Às meninas da clínica e Denise, sempre dispostas a bons papos e um café. Aos funcionários e voluntários que responderam aos questionários e às entrevistas. Aos cinco ex-moradores que...