RESUMO: Neste trabalho, discutem-se brevemente duas teorias fundamentais para os Estudos Culturais, para ligá-las, por fim, ao papel do livro didático de Português nas escolas brasileiras: a questão da identidade cultural na pós-modernidade, a partir das reflexões de Stuart Hall ( 2011), e o multiculturalismo na perspectiva de Vera Candau (2012). A partir desses referenciais teóricos, pode-se concatenar certa consonância entre as ideias dos pesquisadores: a fragmentação das identidades como premissa para as relações sociais. Isso posto, investiga-se o texto de apresentação do livro didático de Português Novas Palavras 1 como também a abordagem sobre o conteúdo de variações linguísticas proposto por Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite e Severino Antônio, de 2016, pois, apesar de proporem um trabalho que prime pela valorização das diversidades culturais, encontramse elementos que demonstram uma perspectiva pouco favorável a essa multiplicidade, defendendo, mesmo que tacitamente, uma homogeneização no que se refere à identidade cultural.
Nos textos críticos fundadores, a poesia lírica não é portadora de um estatuto que a iguala aos demais gêneros. Mesmo em períodos com maior normatização estética, não há como desconsiderar seu caráter proteiforme, ampliado desmesuradamente a partir da modernidade. Reverberando tal ampliação, surge o poema em prosa, modalidade da poesia lírica que ultrapassa a linha de delimitação que a distingue dos demais gêneros, encerrando já em seu nome um oximoro que se reflete nas tentativas críticas de sistematização. Consolidado em outras literaturas, essa modalidade é subutilizada no cânone poético brasileiro. Esboçado na obra As noites da virgem, de 1868, de Vitorino Palhares, começa de forma consciente com Raul Pompéia em Canções sem metro, de 1881. Já no modernismo, é esparsamente utilizado. Conclui-se neste artigo que o poema em prosa ocupa uma posição periférica – inclusive atualmente – na lírica brasileira devido a certo tom nefelibata que marcou a modalidade no nosso simbolismo, sendo substituído na função libertadora da lírica tradicional pelos versos livres.
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