As instituições de ensino superior têm se preocupado crescentemente com a saúde mental dos estudantes, importante para o bem-estar e o desempenho acadêmico. Neste artigo, aborda-se a saúde mental a partir de uma experiência de estágio curricular obrigatório em uma instituição de ensino superior. Buscou-se compreender a percepção de pessoas-chave da comunidade acadêmica quanto: à consciência e às expectativas da existência de problemas de saúde mental na instituição, às causas prováveis desse sofrimento e aos principais efeitos/consequências para os envolvidos. Realizaram-se encontros com: diretor e vice da faculdade, coordenadores dos quatro cursos existentes, além do psicólogo, assistente social e representante do diretório e de três centros acadêmicos. Os participantes perceberam que a saúde mental é uma problemática que merece atenção institucional. As causas percebidas dos prejuízos à saúde mental foram, por exemplo: diminuição do contato com familiares, autocobrança, relação opressora/hierárquica entre professor-discente e carga excessiva de estudos. Algumas consequências percebidas: banalização/naturalização do sofrimento, dificuldade de aprendizagem, transtornos de ansiedade e depressivos, uso/abuso de álcool e outras drogas i/lícitas, ideação/tentativa de suicídio. Variáveis associadas também foram identificadas: dificuldades para conciliar trabalho-faculdade, falta de estrutura de lazer da cidade/faculdade, dificuldades financeiras, incertezas sobre o mercado de trabalho e contexto histórico e político.

A pandemia de COVID-19 trouxe diversas mudanças na vida da população. Dentre os profissionais que se mostram essenciais para atuar no contexto pandêmico, estão os profissionais da saúde. A literatura científica pré-pandemia aponta que os trabalhadores de saúde sofrem com prejuízos na saúde mental atrelados às condições de trabalho. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento da literatura científica sobre as repercussões à saúde mental e estratégias de enfrentamento de profissionais da saúde atuantes na atenção à saúde durante a pandemia de COVID-19 no Brasil no período de 2019 a junho de 2021, a partir de uma revisão integrativa da literatura. Foram incluídos textos disponíveis na íntegra da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), produzidos no Brasil e que sejam pertinentes para a temática em foco, compreendidos a partir da análise temática de conteúdo elucidada por Minayo. Foram encontrados 548 artigos, restando 11 após seleção. As temáticas foram divididas em duas categorias: 1) Impactos da pandemia da população geral e 2) Impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos trabalhadores da área da saúde. Resultante da segunda temática, elencou-se as seguintes categorias: Condições de trabalho; Especificidades do profissional; Medo; Mudança de Hábitos; Sintomas de transtornos mentais; Contextos político e econômico e promoção de saúde mental (fatores de proteção e intervenções). A partir desse estudo é possível perceber as diversas influências atreladas à pandemia e suas repercussões na saúde mental dos trabalhadores, bem como a necessidade de implementar ações voltadas à promoção de saúde mental a essa população.